O presente é delirante. A realidade que vivemos é tão absurda que a fantasia parece, muitas vezes, autêntica. Mas se de um lado há um repúdio e uma descrença diante da pós-verdade e suas trágicas consequências; de outro encontra-se uma força positiva em nome da criação. Afinal, “é a imaginação que expande os horizontes negociáveis do possível”, ressalta a curadora Pollyana Quintella que abriu, neste sábado, a exposição A Máquina Lírica na galeria Luisa Strina.
Entre nomes consagrados já representados pela galeria como Cildo Meireles, Anna Maria Maiolino, Marepe e Laura Lima, Pollyana dá seu toque ao pinçar jovens e potentes artistas como a dupla Anis Yaguar e Sumé Aguiar; Davi de Jesus do Nascimento; e, Laryssa Machada. Vale destacar, ainda, a figuração desconfigurada de Jarbas Lopes, que nos induz a buscar rostos reconhecíveis e o móbile de Jorge Macchi, que instiga um senso de orientação e racionalização no epicentro deste novo mundo delirante.
No vídeo produzido pela Brasilandia.co e nas foto-performances de Panmela Castro e Rafael Bqueer é possível ver uma aproximação homem-bicho dando um ar mitológico e surreal às cenas – sejam elas ambientadas/apoiadas na penumbra, no cromaqui ou na poeira da estrada de terra, há sempre um ar de mistério e transformação. Provam que talvez, uma criativa e crítica máquina lírica seja a resposta para não enlouquecer de vez.
A Máquina Lírica
Data: 21 de agosto até 9 de outubro
Local: Galeria Luisa Strina
Endereço: Rua Padre João Manuel, 755, São Paulo