A Bienal de Veneza foi adiada um ano, do próximo ano para 2022, mas isso não impediu a Bélgica de revelar seus planos. E as notícias são boas: apesar de morar no México há algumas décadas, Francis Alÿs foi selecionado para representar a Bélgica na próxima edição sob curadoria de Hilde Teerlinck. O Pavilhão Belga de 2022 não será a primeira grande apresentação do belga na Bienal de Veneza. Em 2017, Alÿs estava entre os artistas contratados para a exibição no Pavilhão do Iraque, para o qual exibiu uma obra sobre um campo de refugiados.
O Pavilhão Belga de Alÿs deverá abordar assuntos semelhantes, com novos trabalhos desenvolvidos a partir do vídeo Children’s Games #19: Haram Soccer, que mostrava crianças praticando um esporte que o Estado Islâmico tentou proibir no Iraque. O artista belga também figurou nas principais exposições da Bienal de Veneza em 1999, 2001 e 2007.
Conhecido como o arquiteto de coisas impossíveis, Francis Alÿs é reconhecido pela forma como lida com temas que discutem fronteiras e conflitos. Trabalhando principalmente com filmes e performances, ele tem abordado com ousadia questões políticas, muitas vezes por meios metafóricos. Em uma de suas videoinstalações mais famosas, a REEL-UNREEL, ele mostrou um rolo de filme sendo percorrido em Cabul, Afeganistão, como uma reflexão sobre como era virtualmente impossível representar uma experiência de guerra. O artista também é lembrado pelo filme Tornado, em que reúne o resultado de dez anos de filmagens de furacões no sul da Cidade do México.