Uma das mais relevantes fotógrafas das últimas décadas, Annie Leibovitz abriu ontem uma retrospectiva na Hauser & Wirth Hong Kong que reúne obras selecionadas pela própria artista. The Early Years, 1970 – 1983, Archive Project No. 1 and Wonderland apresenta desde imagens do início de sua carreira, expostas ao lado de imagens feitas nas últimas duas décadas e que se tornaram ícones da vida cultural estadunidense.
As imagens da aclamada artista denotam seu estilo característico, mesclando técnicas de retrato e do fotojornalismo, com o qual assumiu posição de destaque na história dos retratos fotográficos ao longo do século XX. Seu trabalho como fotógrafa de moda também lhe rendeu grande reconhecimento ao longo da carreira – Leibovitz produziu ensaios que se tornaram referência em suas colaborações com a revista Vogue.
A artista eternizou as transformações culturais e políticas dos Estados Unidos entre as décadas de 1970 e 1980, enquanto trazia consigo um panorama da consagração da fotografia como meio artístico. O período também corresponde aos 13 anos em que a fotógrafa colaborou com a revista Rolling Stone, onde explorou as indistinguíveis barreiras que a separavam dos sujeitos fotografados, entre entrevistador e entrevistado, e entre celebridades e pessoas comuns. Entre obras icônicas dessa fase estão, por exemplo, as coberturas das turnês dos Rolling Stones e de Patti Smith e da campanha presidencial de 1972.
Seu período mais recente abrange trabalhos como os ensaios de alta costura para a Vogue – o primeiro dos quais retratou Kate Moss e Sean Combs em uma narrativa que conecta o mundo da moda com o universo cultural do rap. Também está contemplada nessa segunda parte da exposição o ensaio no qual Leibovitz homenageou a obra O Mágico de Oz, em que fotografados assumem a posição de figuras históricas e literárias, expondo aspectos pouco vistos de sua personalidade com seu contexto social.Annie Leibovitz recebeu inúmeras premiações ao longo de sua carreira artística, como o título de Commandeur in the Ordre des Arts et des Lettres em 2006 e a designação de Lenda Viva pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.