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Exposição de Luiz Braga no Instituto Tomie Ohtake tem 40 anos de retratos em cores

Junto à exposição de Pierre Verger, mostra do fotógrafo paraense celebra colaborações expressivas “para a consolidação de uma fotografia brasileira atenta à cultura popular e às diferentes centralidades”

por Jamyle Rkain
2 minuto(s)
Luiz Braga, Raylana, 2013. FOTO: Cortesia Galeria Leme

Além de uma grande mostra dedicada a Pierre Verger, o Instituto Tomie Ohtake abriu no último sábado uma exposição individual dedicada aos retratos que o fotógrafo paraense Luiz Braga produziu nas últimas quatro décadas, com um recorte especial e inédito focado em um conjunto de fotografias coloridas. Com curadoria de Paulo Miyada e Priscyla Gomes, Luiz Braga: Máscara, espelho e escudo fica em cartaz na instituição paulistana até o dia 12 de dezembro de 2021, com entrada gratuita.

De acordo com o instituto, as duas exposições conversam entre si pois trazem bastante da trajetória de “figuras célebres em captar delicada e sensivelmente feições, espíritos e ânimos, colaborando expressivamente para a consolidação de uma fotografia brasileira atenta à cultura popular e às diferentes centralidades de um país de imensa escala territorial”.

Luiz Braga, Barqueiro em Manaus, 1992. FOTO: Cortesia Galeria Leme

Braga criou sua própria maneira de colorir imagens e, para o artista, a fotografia é uma É uma mediação entre aquele que registra e seu retratado, o que estabelece um diálogo complexo. Desta forma, o trabalho do fotógrafo tem “traços locais de uma existência popular em que diferentes etnias, costumes, ritos e contextos sociais se entrelaçam numa região que teve sua centralidade muitas vezes negligenciada. Num país de desenvolvimento desigual e combinado, a Amazônia é síntese prolífica da vivacidade de indivíduos, seus saberes e hábitos, frente ao escasso acesso a infraestruturas básicas e a políticas comprometidas pela predação do seu entorno. Os exemplos são vastos: as queimadas desertificantes, o contrabando madeireiro, o garimpo venenoso, o manda-matar-e-deixa-morrer, o genocídio dos povos indígenas… que impactam a vida das populações ribeirinhas interpeladas há décadas por um discurso de progresso cujas benesses nunca as alcançam senão como miragem”, escrevem os curadores no texto da exposição.

Luiz Braga: Máscara, espelho e escudo
Data: até 12 de dezembro
Local: Instituto Tomie Ohtake (Rua Coropés, 88, Pinheiros, São Paulo)
Mais informações: https://www.institutotomieohtake.org.br/

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