Zélio Alves Pinto, “Eva”, 1993 – Imagem: Divulgação
A Galeria MAPA inaugura a exposição ZÉLIO. Imagens e figuras imaginadas, dedicada à produção do artista Zélio Alves Pinto produzidas entre os anos 1980 e 2000. A mostra, com curadoria de Agnaldo Farias, reúne cerca de 20 obras em técnicas diversas, como pintura, desenho, xilogravura e colagem, e lança foco sobre um período de inflexão em sua trajetória, em que o artista desloca a prática gráfica cotidiana para uma pesquisa mais contínua e autoral no campo das artes visuais.
As obras selecionadas pertencem a uma fase em que Zélio amplia o uso da figura como estrutura narrativa e simbólica, ao mesmo tempo em que incorpora elementos da abstração, do gesto gráfico e da composição livre. A presença de signos flutuantes, campos de cor e interferências visuais guarda relação com sua experiência anterior na ilustração, no cartum e na arte editorial, agora transpostos a uma linguagem mais investigativa. A convivência entre referências figurativas e estruturas não lineares se transforma em campo de operação, onde a imagem ganha novos contornos e ritmos internos.
Reconhecido por sua atuação múltipla, Zélio construiu desde os anos 1960 uma trajetória que abrange o cartum, a publicidade, o design gráfico e a direção institucional. Colaborou com publicações nacionais e internacionais como O Pasquim, Senhor, Le Rire (Paris) e Punch Magazine (Londres). A partir dos anos 1970, passou a dedicar-se com maior regularidade à produção artística, realizando exposições em instituições como MASP, MAM-RJ, Museu Real da Bélgica e em Nova York. Essa circulação entre linguagens e contextos fornece um repertório visual que permeia sua produção com referências cruzadas.
A curadoria de Agnaldo Farias propõe uma leitura concentrada nas relações visuais que organizam a obra de Zélio nesse momento. O conjunto apresentado evidencia procedimentos recorrentes — como o uso da linha como contorno e estrutura, a justaposição entre formas orgânicas e elementos gráficos, e a aparição de figuras ambíguas, entre o humano e o fabuloso. Trata-se de um recorte específico, que não busca retrospectiva, mas observação aprofundada de um período em que o artista reinventa modos de narrar por meio da imagem.
Com mais de uma década desde sua última exposição individual, ZÉLIO. Imagens e figuras imaginadas representa a reabertura pública de um segmento expressivo da produção do artista, articulando obras pouco vistas e outras ainda inéditas em São Paulo.
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