A Usina Luis Maluf inaugura a exposição Santuários Movediços da artista mossoroense Yohannah de Oliveira que apresenta cerca de 40 obras abstratas, bidimensionais e tridimensionais e conta com curadoria de Diego Mauro. Entre esculturas, pinturas e instalações, seus trabalhos remetem em sua essência a formações naturais e panoramas geográficos. A artista busca em seus processos uma conexão com o inconsciente coletivo e uma nova construção do Divino em processos de produção ritualísticos e meditativos. Um dos aspectos intrigantes do trabalho de Yohannah é a maneira como ela oculta revelando, ou seja, encobrindo algo, mas deixando claro que há algo oculto ali mesmo. Em uma de suas obras, intitulada Dar as Costas, a artista envelopa e costura a superfície que foi pintada, transformando-a em algo subcutâneo, acessível apenas através dos pigmentos que extravasaram para o verso da tela. Essa experiência se assemelha à descoberta de um cofre ou de uma pasta com senha no computador, onde o valor está acessível apenas mediante um segredo. Por outro lado, a obra complementar intitulada Bater de Frente revela a pintura ao mundo, enfatizando a interioridade em contraposição. Outras obras exploram a economia da revelação, realizando-se em um regime de deixar ver. Em Mosqueteiro, um tecido tênue, o tule, filtra o olhar, criando um interior onde uma vela, da altura da artista, lentamente se revela. Tais procedimentos convocam discussões sobre fotografia, onde uma exposição excessiva pode devassar a imagem e captar pouco, assim como a noção do sagrado, que pode ser sentido, mas não completamente visto.
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