Encapsulando 100 anos da história da imagem em movimento, The Clock (2010) de Christian Marclay é uma montagem de 24 horas composta por milhares de clipes de filmes e programas de televisão que retratam relógios e outras referências ao tempo. James Bond checa seu relógio às 12h20; Meryl Streep desliga um despertador às 6h30; um relógio de bolso faz tique-taque às 11h53 enquanto o Titanic parte. Com cada clipe sincronizado com a hora local, The Clock colapsa o tempo fictício apresentado na tela com o tempo real de cada minuto que passa. A obra é tanto uma tour de force cinematográfica quanto um relógio funcional.
Com base em sua formação como músico nas cenas underground de Boston e Nova York no final dos anos 1970 e 1980, Marclay, ao longo de cinco décadas, combinou fragmentos visuais e sonoros para explorar as complexas relações entre imagem e som. Seus trabalhos resultantes tomaram forma em uma ampla variedade de meios: escultura, pintura, fotografia, impressão, performance e vídeo. Com a ajuda de assistentes em busca de imagens, Marclay passou três anos editando meticulosamente The Clock—a culminação de sua abordagem inovadora de olhar o mundo de uma forma nova através de material encontrado.
The Clock fala sobre a rica história do cinema como um reflexo e uma fuga da realidade, um paradoxo que se torna cada vez mais central na vida cotidiana na era de transmissão instantânea, serviços de streaming e inteligência artificial. A montagem de Marclay, com clipes cuidadosamente selecionados, nos leva em uma jornada pelo passado para aumentar nossa percepção de um presente sempre elusivo e em constante desdobramento. Ao editar fragmentos do vasto arquivo do cinema para mostrar a hora atual, Marclay reformula nossa memória coletiva dos filmes como um confronto estranho com nós mesmos.
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