Artur Bombonato, “nem nu, nem vestido, nem a pé, nem a cavalo”, 2024. Crédito da foto: Renato Custódio
A partir de 28 de junho, sábado, a Almeida & Dale inaugura Vaquejada da Meia- Noite, exposição coletiva que reúne mais de 20 artistas cearenses sob a curadoria de David Almeida. Com nomes como Leonilson, Efrain Almeida, Arivanio e Darks Miranda, a mostra ocupa o novo espaço expositivo da rua Fradique Coutinho 1360 e apresenta trabalhos de diferentes gerações. Ao construir uma narrativa que ecoa o sertão em suas múltiplas dimensões – arqueológica, mística, política e poética –, a exposição mergulha no imaginário cearense de diversas regiões do estado e explora as fronteiras entre o sagrado e o profano, o real popular e o místico redentor.
Motivado por uma investigação familiar e pela preservação da memória das paisagens de seus pais, David Almeida, nascido em Guará, DF, aproximou-se profundamente do sertão e seus artistas, encontrando reverberações de suas pesquisas nas imagens criadas por eles. Em seu ateliê, David nota que seu gesto revisita frequentemente as paisagens do sertão de Inhamuns, do Cariri. “A mostra vocaliza testemunhos assombrados da resistência, que se entrelaçam e desafiam o real imaginário do Brasil profundo, onde a reza e a crença são parte indissociável da verdade”, explica o curador. A noite, a crença e o diabo, assim como a luta, o trabalho e as ferramentas de sobrevivência, são imagens que tecem o ambiente gótico-sertanejo proposto na exposição.
A partir de uma seleção ampla e representativa, Vaquejada da Meia-Noite reúne obras em xilogravura, pintura, escultura, instalação e vídeo, com forte presença de artistas ligados à tradição gráfica do Cariri, como José Lourenço, Stênio Diniz e Francisco de Almeida, além de nomes consagrados da arte contemporânea brasileira, como Leonilson. Em comum, os trabalhos evocam fabulações sertanejas atravessadas por tensões sociais, figuras lendárias, manifestações religiosas e signos populares, compondo um painel onírico e crítico de um Brasil subterrâneo e imagético.
Em meio a santos errantes, visagens e cortejos de folia e penitência, a mostra traz trabalhos de artistas que ilustram os pactos faustianos firmados pelo vaqueiro como um símbolo de resistência, na encruzilhada entre o realismo sertanejo, árido e geográfico, e o sincretismo religioso, a fábula e as histórias de assombrar.
Vaquejada da Meia-Noite reúne obras de: Arivanio, Arthur Siebra, Artur Bombonato, Associação de Artesãos do Padre Cicero, Beatrice Arraes, Darks Miranda, Diego de Santos, Efrain Almeida, Francisco de Almeida, Gilberto Pereira, Gustavo Diogenes, J.F., José Leonilson, José Lourenço, Júlia Aragão, Juno B., Sara Costa, Sérgio Gurgel, Stênio Diniz, Terezinha de Jesus, Thadeu Dias.
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