Pioneiro, visionário e atuante em um projeto de nação. Assim era Darcy Ribeiro, um importante personagem da história do país que deixou contribuições em diversas áreas de conhecimento. Para comemorar seu centenário, o Sesc 24 de Maio sedia a exposição Utopia brasileira – Darcy Ribeiro 100 anos. Com curadoria de Isa Grinspum Ferraz, colaboradora de Darcy Ribeiro por mais de 10 anos, a mostra propõe um diálogo entre uma coleção de objetos e documentos originais da coleção do homenageado, obras de arte contemporânea, fotos e aparatos multimídia, com vídeos diversos e uma grande instalação audiovisual. A exposição integra a ação em rede Diversos 22: Projetos, Memórias, Conexões, desenvolvida pelo Sesc São Paulo no contexto do centenário da Semana de Arte Moderna e do bicentenário da independência do país. No vão central do Sesc 24 de Maio, área com pé direito mais alto, os visitantes adentram uma experiência audiovisual imersiva, projetada em 360 graus, que apresenta o kuarup realizado em homenagem a Darcy Ribeiro em 2012, na reserva indígena do Xingu. Já no perímetro do espaço expositivo, a potência da sua reflexão e de sua obra será apresentada a partir de quatro facetas que traduzem o seu legado: o antropólogo, o educador, o político e o ensaísta e pensador do Brasil. Esses núcleos serão compostos de vídeos, plumárias indígenas coletadas por Darcy, fotografias, objetos, documentos, obras literárias, cartas originais inéditas e linha do tempo. Em um momento de grande fragilidade social, o pensamento de Darcy Ribeiro se mostra valioso. Por isso, a curadora Isa Grinspum destaca que a contemporaneidade do estudioso é um aspecto importante para a mostra: “Mais do que uma homenagem aos cem anos do Darcy, mais do que algo memorialístico, eu quis trazer a potência e a atualidade de muitas das coisas que ele falou, sobretudo se pensarmos no que estamos vivendo hoje no Brasil. Para mim, ele não está morto. Não é a celebração de um pensador do século XX. Darcy Ribeiro é extremamente atual, e essa é uma exposição sobre o Brasil”. Além da curadoria principal, Utopia brasileira contou com a contribuição do curador assistente Marcelo Macca, do cineasta Eryk Rocha e dos consultores José Miguel Wisnik e Mércio Gomes. O projeto expográfico é de Marcelo Ferraz. A identidade visual, trabalhada a partir do conceito de constelação, explora imagens de intelectuais e artistas que influenciaram a trajetória de Darcy Ribeiro e é assinada por Gustavo Piqueira. Reconhecido como homem de pensamento e ação, Darcy se destacou na defesa pelos povos indígenas do Xingu; na militância a favor da educação pública e de qualidade, criando universidades inovadoras, como a UNB; foi escritor de romances e ensaios de antropologia e sociologia, entre os quais se destaca O povo brasileiro (1995), e de romances, como Maíra (1976), além de atuar em várias frentes políticas.
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