A instalação multimídia “Trail Dust” do artista vietnamita Truong Công Tùng (província de Đak Lak, nascido em 1986) destaca a contínua exploração do artista sobre as histórias, rituais e mitologias da administração da terra como uma prática viva. Semelhante à forma como um jardineiro cuida de um pedaço de terra, Truong Công Tùng cuida de seu trabalho ao longo do tempo, permitindo que ele evolua, mude e se adapte em resposta às especificidades de cada local.
“Trail Dust” reimagina um jardim vivo como uma pesada cortina de contas. Estendida ao longo da borda da galeria, a cortina é tecida com contas que se originam de árvores da floresta, incluindo aquelas introduzidas no Vietnã durante o processo de industrialização, como café, abacate, borracha e cajueiro. Combinando materiais naturais com objetos encontrados de natureza inorgânica, disruptiva ou incongruente, Truong Công Tùng reflete sobre a interrupção das práticas indígenas pelas forças da modernidade, colonialismo e conflito. Em vez de lamentar o que passou, as sensibilidades poéticas de Truong Công Tùng encontram resiliência em uma reimaginação da terra como um local de comunhão entre os mundos físico e espiritual.
Junto à cortina, há uma série de plataformas baixas cheias de terra e sementes, cada uma contendo uma instalação de cabaças fortemente laqueadas conectadas por uma teia de tubos de plástico transparente, borbulhando à medida que a água é bombeada entre elas. A laca também é utilizada em uma série de pinturas, “Shadows in the Garden #3” (2023), nas quais formas naturais e corporais são obscurecidas por camadas de resina espessa de árvores laqueadas lixadas até uma superfície lisa, quase brilhante, conferindo uma qualidade espectral. A laca, um material de artesanato tradicional no Leste Asiático, passou por uma transformação em uma forma de arte durante o período colonial francês. Essa elevação estabeleceu a laca como um meio artístico único que Truong Công Tùng agora usa como uma metáfora para a própria narrativa complicada da região — camadas de história sendo aplicadas, apagadas e reescritas.
No vídeo que acompanha, “The Lost Landscape #1” (2021), os espectadores são conduzidos pelo Museu de História Natural em Paris. A câmera fixa-se nos olhos de vidro dos animais taxidermizados. Segundo o folclore vietnamita, acredita-se que as últimas coisas vistas por um animal antes de sua morte são capturadas permanentemente em seus olhos. As obras de Truong Công Tùng em exibição traçam essa jornada de perda e sugerem metaforicamente um novo caminho para novos fins.
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