Sob a direção artística de Claudio Cretti, a Casa de Cultura do Parque abre sua programação 2023 com 3 novas exposições. A primeira é a coletiva Métrica Imprecisa. Refletindo sobre a relação entre a produção contemporânea e a cidade, propondo diálogos e novas possibilidades sobre a abstração geométrica, a exposição apresenta obras compostas por materiais do nosso dia-a-dia, como desenhos, pedaços de madeira, tecidos, impressões, carcaças de eletrônicos, objetos e formas, propondo conexões entre a arte e a cidade, explorando as perspectivas plásticas e simbólicas da matéria e como elas se articulam. Com texto crítico de Ana Avelar, mostra ocupa a Galeria do Parque e recebe obras de Ana Mazzei, Débora Bolzsoni, Esvin Alarcón Lam e Renata Pedrosa. A segunda é a individual de Teodoro Dias, Passa Tempo! Fotopinturas, que integra o Projeto 280×1020, em que o artista é convidado para ocupar uma parede com estas dimensões. Para essa ocasião, Dias se apropria de 400 fotografias de Limercy Forlin, que possuía um estúdio de fotos comerciais – as conhecidas 3×4 – na cidade de Poços de Caldas (MG). As imagens foram realizadas entre 1946 e 1986. Nas pinturas que compõem a mostra, o artista lida com uma delicadeza contrastante com a quantidade de pinturas expostas. Já no Gabinete, quem apresenta a individual Para os Guardados é o artista Desali, cujo nome artístico vem da palavra “desalinho”, apelido pelo qual os amigos mais próximos o chamavam, por ter iniciado seu trabalho com pixo e grafite na rua. A maior parte da sua produção vem das experiências adquiridas no bairro Nacional, no município de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte (MG), onde morou a maior parte da sua vida. Sua pesquisa gira em torno da intervenção no espaço público, investigando as relações sociais e as formas de controle, propondo uma sensibilização a realidades em constante apagamento.
A exposição Hélio Oiticica: Mundo-Labirinto é organizada pela Gomide&Co e por Luisa Duarte, diretora artística da galeria. A mostra reúne obras de diferentes fases da produção de Oiticica (1937-1980), incluindo suas investigações de caráter construtivo sobre o plano bidimensional e propostas experimentais que dialogam sobre arte e vida e sobre arte e cultura pop. Compõem a mostra obras produzidas a partir de 1955, incluindo trabalhos do Grupo Frente, e produções dos anos 1970. Algumas obras do artista, inclusive, ressaltam a arquitetura modernista da casa. É o caso de Relevo espacial (vermelho), 1959-1960. Entre os destaques, está o desdobramento inédito de uma Cosmococa (CC4) executada por Neville d’Almeida (1941) para a exposição, no ano em que essas obras imersivas completam 50 anos. Trata-se de uma versão doméstica da CC4, algo planejado por Oiticica em vida, mas nunca realizado. Cosmococa é um ambiente multissensorial de experimentação que busca levar a arte ao mundo sensorial. O projeto CC4 é composto por projeções, água e som. A CC4 tem como referências as obras de John Cage (1912-1992) e dos irmãos Haroldo (1929-2003) e Augusto de Campos (1931). Deste último, faz parte da instalação o poema dias, dias, dias. Além da Cosmococa, mais de 15 obras completam a exposição. Também merece destaque o primeiro Penetrável (PN1), que ocupa o centro da Casa. Construída pelo artista em 1961, a instalação é uma homenagem ao crítico de arte Mário Pedrosa (1900-1981). Em PN1, percebe-se a incorporação do corpo em movimento no interior de uma composição labiríntica – o amarelo se desenvolve em uma estrutura polimorfa de placas que se sucedem no espaço e no tempo, captando tal ideia. Foi esta obra que serviu de inspiração para o título da exposição: Mundo-Labirinto.
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