“The Visible and the Invisible” de Henry Taylor na Hauser & Wirth

Henry Taylor, “It wasn’t just Sunday, it was Easter Sunday and I had to wear a dress!” (detalhe), 2024. Fonte: hauserwirth.com

Ao longo das últimas quatro décadas, o aclamado artista de Los Angeles Henry Taylor construiu um vasto corpo de trabalho profundamente pessoal, que combina pintura figurativa, de paisagem e histórica, além de desenho, instalação e escultura. Em sua primeira exposição na nossa localização em Nova York, na 18th Street, Taylor explora um novo domínio técnico, apresentando uma série de gravuras em edição limitada e monoprints pintados à mão, produzidos em colaboração com a Paulson Fontaine Press em Berkeley, Califórnia. Esta coleção íntima de novas obras, que vai do humor ao contemplativo, tanto destila quanto expande a prática de Taylor.

Além de ser um registro de seu tempo em Berkeley — próximo ao Laney College, em Oakland, onde teve sua primeira aula de gravura no final dos anos 1970 — a coleção reflete o estilo único de Taylor, conhecido por suas passagens de cores saturadas, marcações gestuais e execução rápida. Suas gravuras são uma rica mistura de vida e invenção, guiadas por sua profunda empatia pelos temas e um extenso repertório de influências.

As obras em exibição incluem naturezas-mortas, retratos, paisagens fictícias e cenas de família e amigos. Muitas dessas impressões se inspiram em pinturas anteriores, incorporando imagens e temas recorrentes, ao revisitar composições antigas. Com a gravura It wasn’t just Sunday, it was Easter Sunday and I had to wear a dress! (2024), Taylor retorna a uma pintura de 2011 baseada em uma fotografia de sua falecida mãe e de sua filha quando criança, explorando variações de cor e adotando a paleta do pintor e gravurista francês Édouard Vuillard.

Em outras versões da gravura, Taylor isola e modifica elementos específicos, moldando a qualidade emocional e a textura de cada peça. Várias gravuras íntimas em preto e branco, incluindo uma de seu falecido amigo e colega artista Pope.L, são meditações sobre mortalidade e perda. A gravura introduz uma nova dimensão colaborativa à prática de Taylor, que ele compara à relação entre um músico e um produtor. Ela também traz um ritmo e uma fisicalidade diferentes às suas buscas estéticas. Nessas gravuras, sua habilidade como colorista é particularmente evidente; por exemplo, o mesmo autorretrato penetrante, presente em três obras diferentes, muda de significado e nuance através do impacto visceral de cada combinação única de cor e linha.

Em Fade to Black, I Did Not Pay the Electric Bill (2024), Taylor bloqueia a maior parte da cor, uma técnica que ele frequentemente emprega em suas pinturas. Ao obscurecer completamente uma cena ou texto, ele garante que apenas ele sabe o que permanece oculto embaixo. De forma semelhante, em uma homenagem privada no verso de uma natureza-morta inspirada em Beckmann e Manet, o artista lista nomes — de entes queridos, dos impressores da Paulson Fontaine e de pessoas recentemente falecidas — destacando ainda mais o potencial expressivo do meio.