No espaço expositivo II acontece a exposição Sonho de vôo, medo da queda, de Eduardo Coimbra, que explora através de céus e precipícios, imagens elementares da poesia, o sonho de voar e a queda, o lugar onde o homem se converte em imagem, em espaço, e os contrários se fundem. Da realidade à mitologia, o céu sempre foi um playground arriscado para o homem.
Questionar as leis da gravitação, tentar escapar da superfície terrestre, lançar-se no desconhecido. Entre duas turbulências, queremos voar, por hedonismo, por ativismo, ou para nos salvar, fugir do peso insustentável do mundo, por isso construímos utopias.
A obra de Coimbra trata da nossa necessidade de contemplar e remete tanto ao flâneur benjaminiano como ao apreciador de imagens na galeria das palavras de Bachelard; ambos partilham de uma solidão e são capazes de penetrar em outro mundo, o mundo misterioso do símbolo ou da alegoria, o partilhar da imagem poética.
Ao explorar fortes componentes do psiquismos humano, o sonho de voar e o medo da queda, a exposição de Eduardo Coimbra questiona onde guardamos as imagens que nos tecem? Como a imagem pode dizer o que, por natureza, a linguagem parece incapaz?
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