Luiz Sacilotto (1924-2003) é um renomado artista brasileiro reconhecido pelo trabalho com a arte abstrata, em particular por obras que exploraram formas, cores, a matemática e a geometria. Nascido em Santo André, na Grande São Paulo, foi um dos pioneiros da arte concreta no Brasil. Nos anos 1970, levou adiante suas experiências ópticas desenvolvidas em meados do século, explorando ainda mais o cinetismo, enquanto acompanhava o que se desenvolvia internacionalmente. Sendo assim, sua obra contemporânea traz desdobramentos da arte abstrata em escala global e aponta para a atualidade que pautava a pesquisa do artista.
Reunindo 113 obras de instituições nacionais e internacionais e coleções particulares, a mostra “Sacilotto contemporâneo: cor, movimento, partilha” integra a programação especial de comemoração do centenário do artista, neste ano de 2024. Dentre elas, pela primeira vez desde que foram incorporadas aos acervos de duas instituições americanas, três obras voltam ao Brasil para compor a exposição, que tem curadoria de Ana Avelar e co-curadoria de Renata Rocco. São elas: Concreção 5730, 1957 e Concreção 5942, 1959, esculturas do Museum of Fine Arts, Houston, parte da The Adolpho Leirner Collection of Brazilian Constructive Art (colecionador brasileiro) — e a escultura Concreção 5941, 1959, proveniente da Cisneros Fontanals Art Foundation e que integra a Ella Fontanals-Cisneros Collection de Miami. A exposição traz ainda obras do MAC USP, Pinacoteca do Estado de SP, MAM -SP, Acervo Itaú e IAC.
“Sacilotto contemporâneo: cor, movimento, partilha” privilegia a produção realizada entre a década de 1970 e o final da vida do artista em 2003, quando ele mergulha na experimentação ótico-cinética aliada à exploração da cor. Para tanto, realiza uma investigação minuciosa aliando o desenho técnico ao desenvolvimento químico dos pigmentos. O artista suspendeu sua produção entre 1965 e 1974, mas seguiu estudando enquanto trabalhava com serralheria. Ao retornar, explora vibrações cromáticas e formais, como desdobramentos da arte concreta que desenvolvia na década de 1950.
As séries chamadas torções, tensões, progressões, giros, são milimetricamente calculadas e executadas. “Sacilotto convida a nos deslocarmos diante das imagens, brincando com as visualidades vibracionais”, escreve Ana Avelar no texto curatorial. Os efeitos são resultados das cores catalogadas em suas diversas tonalidades, testadas e estudadas – muitas delas recuperadas de suas primeiras pinturas. “Observando a coerência de sua obra, olhamos para a aproximação de cores, composições e tempos diversos: gravitam pinturas anteriores sobre as mais recentes, indicando formas e soluções cromáticas pesquisadas desde o início de sua carreira”, completa.
Para Sacilotto, a arte concreta era como um alfabeto que podia ser compartilhado com quem tivesse interesse, bastando, para tanto, realizar estudos. Assim, ele próprio lia e anotava textos de várias áreas do conhecimento (inclusive em outras línguas), sendo fundamentais para dominar os saberes do artista, artesão, operário, químico, matemático e engenheiro que ele aplicava em seus trabalhos.
A exposição “Sacilotto contemporâneo: cor, movimento, partilha” e toda a programação – iniciada em abril – para celebrar o centenário de Sacilotto contou com o apoio da Almeida & Dale, que representa o espólio do artista.
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