Texto e curadoria
Mario Gioia
Saber de cor o silêncio, exposição coletiva com 15 artistas, é o début de projeto conjunto da mineira ArteFASAM e da gaúcha MAMUTE na capital paulista. Nesta proposta com abertura prevista para 23 de março na Barra Funda, hoje uma região fulcral no circuito da visualidade contemporânea em São Paulo, verso de Orides Fontela (1940-1998) fundamenta o eixo curatorial da mostra. De Poema, presente em Alba, lançado em 1983, é extraído o título que sintetiza a severa, íntima e densa palavra da poeta nascida em São João da Boa Vista, interior de SP, de trajetória singular, postura antissocial e outros dados biográficos que a colocavam como avis rara nas letras nacionais. No entanto, o verso-título funciona mais como um farol e um chamariz poético que provoca desdobramentos, investigações e abordagens distintas de um grupo de 15 artistas mulheres – o duo Ío é formado por Laura Cattani e Munir Klamt -, a maioria já trabalhadas por Vanessa Monteze, líder da ArteFASAM, e Niura Borges, que encabeça a MAMUTE. Saber de cor o silêncio é criar o poema, reflete com exatidão a filósofa Marilena Chaui, interlocutora relevante de Fontela junto de outros nomes luminares da USP, como Davi Arrigucci Jr. e Antonio Candido (1918-2017). A exposição será disposta nos dois andares da construção onde funcionava a Lona Galeria, também perto de outros espaços importantes de arte contemporânea em SP. Serão exibidos pinturas, tridimensionais, fotografias e obras têxteis, entre outras linguagens. Está previsto para o dia 6 de abril, sábado, na programação paralela da SP Arte, um ciclo de performances, com ações de Andressa Cantergiani, Maíra Vaz Valente e Thatiana Cardoso.
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