Depois de integrar 11 exposições coletivas na Galeria Passado Composto Século XX em 2013 e 2014, o artista mineiro-carioca Rubem Dario Horta Bittencourt (1941 – 1978) ganha sua primeira individual nesta galeria que é referência nacional em tapeçaria artística e decorativa, “Rubem Dario: o Poeta das Cores”, que será aberta ao público em 13/4 e poderá ser vista até 29/6.
A mostra, que tem curadoria da proprietária da galeria, Graça Bueno, e colaboração especial do historiador Paulo César Garcez Marins, resgata a memória de Dario a partir de documentos históricos e uma coleção de obras que estiveram desde 1978 sob os cuidados da irmã dele, Anna Lúcia Bittencourt. No total, a exposição cobre um período de 1963 a 1978 e reúne 67 obras únicas, sendo 56 cartões modelo, 6 tapeçarias, 3 desenhos e 2 estudos de projetos. Sobre esse acervo reunido, a maioria dos guaches no papel nunca foi exposta e estes trabalhos podem ser considerados inéditos. Como destaque, Graça elege uma tapeçaria em lã de porte monumental (2,91m x 2,16m) de 1965 produzida pelo Artesanato Guanabara em tear manual.
Fã confessa do artista, a galerista relembra quando e como conheceu a arte de Dario. “Em 2013, adquiri uma tapeçaria monumental e de excepcional beleza com temas tropicais. Na época comprei de uma família e eu não sabia mais sobre o artista. Simplesmente me apaixonei pela obra. Anos mais tarde, em 2016, ao conhecer e me encontrar pessoalmente com a irmã dele, Anna Lúcia, descobri, por meio do vasto arquivo histórico abrigado em sua residência no Rio de Janeiro, que esta magnífica tapeçaria havia sido encomendada em 1968 pelo Colégio Santo Inácio e foi executada pelo Ateliê da Penitenciária de Bangu, que por anos foi uma referência em obra social”, afirma.
Em relação à importância do artista, ela contextualiza: “Ele não vivia sem a paisagem ou sem a visão da natureza. Criou tapeçarias com temas da vegetação tropical e com a junção dos opostos, máquina e natureza, simbolizando o homem da cidade e do campo. Iniciado em pintura e com vocação muralista, produziu obras únicas em guache como base para as suas tapeçarias, pelas quais obteve sucesso, reconhecimento e o título de o mágico das cores”. Graça ainda afirma que a produção de Dario é marcante para a tapeçaria artística nacional pela sua originalidade e maestria mágica das cores nos diversos temas de natureza, desde natureza tropical a abstratos-geométricos e figurativos do período de 1963 a 1978. “Embora sua carreira tenha sido curta e meteórica, seu legado poético e consistente se concretizou pelo sucesso de sua participação em mostras individuais e coletivas no Brasil e no exterior, em especial na na I Bienal de Artes Aplicadas del Uruguay em Punta Del Este, em março de 1965”, cita.
Trecho de texto do historiador Paulo César Garcez Marins
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