Rafael, Michelangelo e Thomas Gainsborough estão entre os grandes mestres cujas obras estarão em exibição em uma nova mostra que celebra um legado transformador do século XIX.
O antiquário e colecionador de arte Richard Payne Knight (1751–1824) deixou em testamento mais de mil desenhos para o British Museum. A qualidade excepcional de sua coleção transformou o acervo gráfico do museu, consolidando-o como um espaço onde o público poderia admirar tanto desenhos de mestres antigos quanto obras da arte britânica contemporânea de sua época.
Nascido em uma família abastada de industriais do ferro, em Herefordshire, Payne Knight recebeu uma formação clássica e, assim como muitos de sua geração, complementou seus estudos com uma longa viagem pela Itália, o famoso “Grand Tour”. Lá, aprofundou seu interesse pelas civilizações antigas, pelos idiomas clássicos e formou o gosto estético que mais tarde orientaria tanto sua prática de colecionador quanto seus escritos teóricos.
Sua considerável fortuna lhe permitiu adquirir os melhores desenhos disponíveis no mercado de arte de Londres no final do século XVIII. A exposição explora a amplitude dos interesses intelectuais de Payne Knight por meio de algumas das obras mais celebradas desse legado. Desenhos de mestres do Renascimento e do Barroco, como Rafael, Michelangelo e Claude Lorrain, estarão ao lado de trabalhos de contemporâneos seus, como Thomas Gainsborough e John Robert Cozens. Juntas, essas obras revelam o fascínio de Payne Knight por paisagens, pela romantização do passado clássico e pela sua admiração pela energia e espontaneidade dos artistas que colecionava.
Esta é a primeira vez, desde sua chegada ao British Museum em 1824, que uma seleção representativa desse legado tão importante é exibida ao público.