Fotógrafo, repórter e cineasta, Jorge Bodanzky (1942) é autor de ampla produção visual, dedicada a investigar a cultura popular e os conflitos do país. Ao longo de sua carreira, percorreu o Brasil para registrar histórias, personagens e lutas sociais, principalmente as que aconteciam fora dos centros urbanos. Durante o período da ditadura militar, viajou sobretudo para as regiões Norte e Nordeste, retratando a violência no campo e a devastação ambiental causadas pelas políticas desenvolvimentistas dos governos autoritários. Enfrentando a censura e a falta de financiamento nacional, concebeu obras que questionavam a ideia do progresso propagandeada pela ditadura e mostravam a realidade do país, além de tensionarem os limites entre o documentário e a ficção.
Reunida pela primeira vez, a produção do cineasta feita nesse período é o tema da exposição que o IMS Paulista inaugura no próximo sábado (23 de março). Intitulada Que país é este? A câmera de Jorge Bodanzky durante a ditadura brasileira, 1964-1985, a mostra exibe trechos dos sete filmes dirigidos pelo cineasta no período, comoIracema: uma transa amazônica(1974), codireção de Orlando Senna, Jari (1979)e Terceiro milênio (1980), dirigidos em parceria com Wolf Gauer. A seleção apresenta ainda fotografias e projeções em super-8 feitas por Bodanzky, que integram o acervo do IMS, entre outros materiais. A curadoria é de Thyago Nogueira, coordenador do departamento de fotografia contemporânea do IMS, com assistência de Horrana de Kássia Santoz e pesquisa de Ângelo Manjabosco e Mariana Baumgaertner.
No dia da abertura (23/3), às 11h, haverá um debate com Bodanzky e a equipe de curadoria. O evento tem entrada gratuita e interpretação em Libras. Em abril, o cinema do IMS Paulista exibe uma programação de filmes de Bodanzky, em diálogo com a exposição (detalhes abaixo).
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