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“Pinturas Nômades” de Beatriz Milhazes na Casa Roberto Marinho

25/09/2025 -12:00 até 08/03/2026 -18:00

Beatriz Milhazes, “A mosca”, 2012. Foto: Manuel Águas & Pepe Schettino

A Casa Roberto Marinho (CRM) inaugura, em 25 de setembro de 2025, Pinturas Nômades, exposição da artista plástica carioca Beatriz Milhazes, expoente da arte contemporânea internacional. Sob a curadoria de Lauro Cavalcanti, a mostra apresenta pela primeira vez no país a reprodução de projetos arquitetônicos desenvolvidos pela artista em quatro continentes — Europa, América do Norte, América do Sul e Ásia.A individual celebra duas décadas da atuação de Milhazes no campo das instalações pictóricas em espaços arquitetônicos e institucionais.

Produzida pela Casa Roberto Marinho, Pinturas Nômades constitui um panorama único: reúne intervenções site-specific realizadas na Ópera de Viena; na Tate Modern, em Londres; na loja Selfridges, em Manchester; no metrô de Londres; na Fundação Cartier, em Paris; no Museu de Arte Contemporânea de Tóquio; no Long Museum, em Xangai; e na Fundação Gulbenkian, em Lisboa; entre outras permanentes, como no projeto Art House, na Ilha de Inujima, Japão, e no Hospital Presbiteriano de Nova Iorque. Esses projetos, que formam o núcleo central da mostra, são apresentados em maquetes, estudos e painéis inéditos no Brasil, permitindo ao público uma rara imersão na dimensão arquitetônica da obra de Beatriz.

De acordo com o curador, estas intervenções de Milhazes, realizadas entre 2004 e 2023, consolidam uma pesquisa visual em diálogo com superfícies arquitetônicas. Utilizando principalmente vinil colorido, pintura mural e cerâmica, a artista desenvolve composições que exploram luz, cor e transparência, estabelecendo relações entre interior e exterior, opacidade e translucidez, desenho e arquitetura.

Em projetos como Gávea (Selfridges & Co., Manchester, Inglaterra, 2004), Guanabara (Tate Modern, Londres, 2005), Peace and Love (Estação Gloucester Road, Londres, 2005) e O Esplendor I e II (Long Museum, Xangai, 2021; e Turner Contemporary, Margate, Reino Unido, 2023), Milhazes transforma fachadas, janelas e espaços de circulação em experiências sensoriais marcadas por formas orgânicas, ritmos visuais e atmosferas poéticas.

“Esses trabalhos, apresentados em instituições e espaços como hospitais, metrôs e edifícios residenciais, conjugam arte e sua relação com a questão social, de sustentabilidade, e com o contexto urbano, de forma sensível. Ao inserir elementos como mandalas, listras, elipses ou círculos em superfícies envidraçadas ou estruturas curvas, as obras introduzem novas camadas de significado aos ambientes, evocando paisagens abstratas, referências culturais e memórias visuais. Em cada intervenção, Milhazes amplia a experiência do espaço, propondo um encontro entre pintura, arquitetura e contemplação”, observa Cavalcanti.

A pintura é o tronco principal do trabalho de Beatriz e pontua poeticamente o percurso pela Casa, como no caso das obras Mocotó (2007), A Mosca (2010/2012) e Lampião (2013/2014).

Beatriz tem, desde o início de sua prática, uma longa relação de observação das variadas representações da natureza e da vida cotidiana encontradas na Arquitetura, Arte Popular, Arte Indígena, Arte Decorativa e universo da Arte Aplicada e História da Arte. Desta forma, a mostra apresenta ao público carioca uma sala dedicada a seu projeto especial para a 60ª Bienal de Arte de Veneza, em 2024, desenvolvido para o Pavilhão das Artes Aplicadas, uma colaboração entre o Victoria and Albert Museum (V&A), em Londres, e a Bienal. As pinturas O céu, as estrelas e o bailado (2023) e Meia-noite, Meio-dia (2023) são exibidas com a mesa de tecidos do acervo pessoal de Milhazes, de diferentes culturas e regiões ao redor do mundo, referência para o desenvolvimento das obras. Completa este espaço a tapeçaria inédita Dance in Yellow (2020).

Uma das salas é dedicada a um conjunto de 11 gravuras. De acordo com a artista, “é a técnica que mais se aproxima plasticamente do resultado dos painéis e murais”, uma conversa entre a arte gráfica como ponto de diálogo entre as duas práticas.

A exposição contará também com apresentações de Marcia Milhazes Cia de Dança que apresentará criações recentes, concebidas em diálogo direto com o universo da mostra. A recorrente colaboração entre as irmãs Milhazes nas exposições de Beatriz, no Brasil e no exterior, é marcada por encontros que articulam composições visuais e propostas coreográficas.

O percurso expositivo e um projeto concebido para a Casa Roberto Marinho

A escultura suspensa Mariola (2010–2015), que recebe os visitantes na primeira sala, transporta elementos recorrentes da linguagem visual de Milhazes para o tridimensional, e ganha destaque ao estabelecer diálogo com o espaço expositivo.

Ainda no térreo da Casa, o público se encontra com a instalação Corumbê, concebida especialmente para a exposição, com vinis translúcidos aplicados nas cinco janelas em arco do salão principal. A obra tece conexões afetivas e estéticas com a arquitetura da antiga residência, evocando referências a Djanira da Motta e Silva e às tradições populares de Paraty, cidade de origem materna de Milhazes.

A artista conta que, no início do processo de concepção da mostra, ao chegar na CRM para uma reunião com Cavalcanti, “o grande salão térreo estava vazio e as janelas emolduravam o magnífico jardim de Burle Marx. Fui seduzida! Imediatamente me surgiu a imagem de um desenho vitral dialogando com a natureza externa e poeticamente envolvendo o espaço interno. Algo para contemplar, conviver, refletir”, relembra Beatriz. “No desenho para as janelas em arco, quase capelas, a lembrança de Djanira se fez presente. Sua obra sempre foi uma referência para minha pintura e a Coleção Roberto Marinho tem peças masters desta artista. Minha família materna é originária de Paraty, onde a tradição de festas religiosas é uma força e passei boa parte de minha infância e adolescência. Corumbê conta uma bela história, uma história carioca.”

No mesmo espaço está instalado o painel Waving Flowers, pintura em escala real desenvolvida originalmente para a Galeria Max Hetzler, em Berlim. Trabalhada em cinco tons de cinza, a obra surpreende pela força plástica dentro de uma paleta monocromática, dialogando com o piso de losangos bicolores do salão da CRM e com os vitrais de Corumbê. Na sala seguinte, três pinturas de Djanira, pertencentes à Coleção Roberto Marinho, reforçam o elo entre duas gerações de mulheres centrais na arte brasileira.

A mostra se desenvolve em todo o piso superior, em núcleos poéticos de contemplação, revelando o papel da cor, da ornamentação e da estrutura visual na construção de uma linguagem singular. Segundo Lauro Cavalcanti, a disposição das obras “toca o sublime que a arte, por vezes, alcança”.

Detalhes

Início:
25 setembro -12:00
Final:
08/03/2026 -18:00
Categoria de Evento:
Evento Tags:
,
Website:
https://casarobertomarinho.org.br/

Local

Casa Roberto Marinho
R. Cosme Velho, 1105
Rio de Janeiro, RJ Brasil
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