Uma das fotografias de “Uma árvore tombada se mede melhor”. Imagem: Cortesia do artista
A partir do dia 23 de julho, o Centro Cultural Correios Rio de Janeiro recebe pequenas mortes, primeira exposição individual do paulista Renan Marcondes na cidade. A mostra apresenta cerca de sete trabalhos e séries em que o corpo é o elemento principal, investigando seus limites e resistências diante de regras e estruturas de controle.
Em exibição pela primeira vez no Rio, as obras transitam entre performance, dança, escultura, fotografia e desenho, fugindo às classificações tradicionais das artes visuais. Marcondes propõe trabalhos que investigam as tensões do limiar entre euforia e queda, ou as “pequenas mortes”, como escreve o curador Tiago Sant’Ana.
Obras como “Outro estranho desaparecimento” e “Dessa vez vai ser diferente” mostram o corpo do artista submetido a diversos objetos. Na primeira, uma sequência de fotografias mostra seu desaparecimento atrás de uma cortina de teatro preta, enquanto, na segunda, Marcondes tenta equilibrar, sem sucesso, um cubo de madeira sobre sua cabeça. Esses objetos impõem pressões e limites sobre o corpo, que parece se recusar a obedecer. Ambos os trabalhos começam e acabam com imagens sem a presença humana, em uma circularidade que sugere uma luta constante entre ação e submissão.
A exposição também explora outras dualidades, como luto e celebração, efemeridade e permanência. É o caso da série inédita de fotografias “Uma árvore tombada se mede melhor”, que registra performance realizada na Pinacoteca de São Paulo. Os performers se deitam sobre um chão coberto por 500 quilos de flores e plantas, com ripas de madeira e flores de cemitério presas ao corpo. Criada a partir de experiências de luto de Marcondes, a obra propõe uma reflexão sobre a morte não apenas como fim, mas como processo de descoberta. Em sua beleza silenciosa, as imagens convidam a desacelerar e olhar para a finitude como parte do ciclo da vida.
A mostra integra a programação do Centro Cultural Correios RJ, espaço que reafirma seu compromisso com a difusão da arte contemporânea e o incentivo à produção artística nacional. Instalado em um prédio histórico no centro da cidade, o centro cultural promove, desde 1993, exposições gratuitas ao público em suas 11 salas expositivas, recebendo cerca de 400 mil visitantes todos os anos. pequenas mortes segue aberta à visitação no 3º andar, até 13 de setembro.
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