A Superfície tem o prazer de apresentar a exposição Pedro Escosteguy: poesia, vanguarda e opinião, primeira individual do artista em São Paulo. A mostra retoma a obra e a trajetória de Pedro Escosteguy, nome pouco conhecido, mas de grande relevância para a arte de vanguarda e para a descentralização dos meios de arte tradicionais. A exposição retrospectiva do artista reitera o compromisso da Superfície no resgate e consolidação de nomes importantes da arte de vanguarda no Brasil, e será acompanhada por um livro panorâmico do artista editado pela Superfície Publicações, com lançamento previsto para o término da exposição.
Pedro Escosteguy foi uma figura central no debate da arte política no país, destacando-se pela participação e organização de diversos eventos que se tornaram célebres para a história da arte, como Opinião 65, Proposta 65, Opinião 66, Pare [1966], Nova Objetividade Brasileira [1967]. O artista também esteve presente na 8ª e 9ª Bienal de São Paulo, em 1965 e 1967, respectivamente. No mesmo período, ele desenvolveu o filme Arte Pública [1967], do qual criou texto e roteiro, documentando a Bienal de 1967, os ateliês de diversos artistas e performances de Lygia Clark, Lygia Pape e Hélio Oiticica.
A década de 1960 marcou um período fundamental para a arte no Brasil: frente às crises políticas e socioculturais, iniciou-se uma ruptura com os suportes tradicionais, apontando para uma arte mais participativa que buscava a superação de seus princípios formais, alargando as possibilidades técnicas e incorporando novos procedimentos. É nesse contexto que o poeta Pedro Geraldo Escosteguy se estabelece no Rio de Janeiro, tornando-se próximo de nomes como Roberto Magalhães, Carlos Vergara, Rubens Gerchman e Antonio Dias.
A partir disso, a produção poética de Escosteguy passa pelo encontro com a experimentação de técnicas e suportes, adentrando um novo domínio: o universo tridimensional dos seus objetos semânticos. A importância da obra plástica de Pedro Escosteguy se dá tanto por suas qualidades intrínsecas quanto pelo papel desbravador e influenciador que trazia aos seus pares e aos movimentos da arte de vanguarda brasileira naquele momento. Fundindo estética e política, ele foi capaz de quebrar os limites tradicionais de criação entre literatura e artes visuais, proporcionando seu transbordamento para o mundo real dos objetos e sua reinvenção em um novo espaço integral ainda em formulação e invenção que convidava a participação do espectador na obra.
Sua obra e seu papel como liderança intelectual proporcionavam subsídios da maior importância para instrumentalizar o desenvolvimento de outras experimentações criadoras subjacentes, paralelas ou interconectadas. No universo fervilhante de criação poética daquele momento, no qual a articulação de palavra e imagem era estrutural, Escosteguy foi, talvez, um dos poucos poetas a assumir um lugar pleno e indiscutível no universo das artes visuais.¹
Com texto de Evandro Salles, Pedro Escosteguy: poesia, vanguarda e opinião traz trabalhos fundamentais para compreender a produção de Pedro Escosteguy e aponta para a urgência de revisitar a obra do artista, permitindo atualizar e restabelecer sua relevância histórica.
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Trecho extraído do texto Os Objetos Semânticos de Pedro Escosteguy no Contexto da Arte Brasileira, escrito por Evandro Salles em ocasião do livro Poesia, vanguarda e nova objetividade, projeto da Superfície Publicações com lançamento previsto para o término da exposição.
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