As exposições individuais de Paulo Pjota e Alma Allen dividem o espaço na Mendes Wood DM. O trabalho de Paulo Nimer Pjota se desenvolve a partir da natureza de fenômenos originados coletivamente. Sua pesquisa e prática se concentram num estudo profundo sobre um tipo de iconografia popular que só pode se desenvolver por meio de processos complexos operados por incontáveis mãos. Podemos então pensar sua produção como a representação de um diálogo plural e agitado, cujos entendimentos estão sempre em transformação, percorrendo múltiplos fluxos de consciência. O artista usa como suporte, em regra, grandes telas, sacos e chapas de metal. A maior parte desses materiais são encontrados em depósitos de dejetos para então passarem por processos de negociação e deslocamento. As peças escolhidas, naturalmente, chegam com as inscrições de outros tempos e usos, de maneira que criam um primeiro terreno — gráfico e espiritual — para o que irá ganhar forma nessas superfícies. A partir daí cria fábulas globais na tensão entre a liberdade da escolha aleatória e a precisão de uma meticulosa composição, conjugando representações numa constelação de corpos suspensos. É quando a história da arte vai lado a lado com cultura de massa; cânones universais com banalidades cotidianas; símbolos universais com temas regionais.
Abrangendo uma extensa gama de materiais, incluindo bronze, madeira de parota, vários tipos de mármore, obsidianas e estalagmites, o trabalho de Alma Allen possui, além de uma estética original, uma energia singular e única. Desde finas e sinuosas formas em bronze até magmáticas e lisas ondas de mármore, as peças biomórficas de Allen parecem emergir sem esforço do material escolhido pelo artista. A trajetória artística de Allen parte de suas origens humildes, quando vendia miniaturas talhadas à mão nas ruas do Soho, em Nova York, e avança até o momento decisivo de reconhecimento artístico com sua aclamada apresentação na Whitney Biennial de 2014. Em grande medida um artista autodidata, o trabalho de Allen exala uma espontaneidade e uma energia que parecem ter pouca conexão com os movimentos da sua época. De fato, os seus trabalhos têm mais em comum – em termos formais, talvez também espirituais – com as vastas expansões de território e as formações monolíticas naturais que pontuaram a sua vida até agora: a paisagem de Utah, onde o artista cresceu; Joshua Tree, na Califórnia, onde viveu por vários anos; e Tepoztlán, no México, onde fica o seu ateliê atual, há cerca de 80 quilômetros da Cidade do México.
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