Meio ambiente e as transformações que pedem ações urgentes dão o tom para a última exposição do ano, que a Almeida & Dale abre dia 26 de outubro.
Paisagens Temporais: Perspectivas em Evolução tem obras de Djanira da Motta e Silva, Eleonore Koch, Farnese de Andrade, Ione Saldanha, José Leonilson, Joseca Mokahesi Yanomami, Marlene Almeida, Tomie Ohtake e Vivian Caccuri, selecionadas pela curadora María Inés Rodríguez
Segundo o que sugere a filósofa Isabelle Stengers no Manifesto for Slow Science, é fundamental desacelerar e estarmos abertos a formas de conhecimento inclusivas, não hegemônicas e coletivas, que reconsiderem a separação entre cultura e natureza, promovendo uma consciência ecológica profunda. Para a curadora María Inés Rodríguez, este é o ponto de partida para apresentar a exposição Paisagens Temporais: Perspectivas em Evolução, que a Almeida & Dale abre para o público no próximo dia 26, às 11h.
A proposta é abrir um diálogo entre gerações de artistas cujas obras abordam a transformação constante da natureza e as incertezas que definem o ambiente ecológico atual. Pelas instalações de Marlene Almeida e uma seleção de obras do acervo da coleção da Almeida & Dale, incluindo Tomie Ohtake, Farnese de Andrade, Eleonore Koch, Djanira da Motta e Silva, Ione Saldanha e Leonilson, além de Joseca Yanomami e Vivian Caccuri, representados pela Millan, a sequência de obras revela uma continuidade delicada, mas significativa, entre diferentes territórios, tempos e práticas artísticas. “O tecido visual não só documenta as mutações ambientais, como também, por intermédio das propostas artísticas, nos convida a repensar as ecologias que surgem como resposta à crise global, tanto em suas dimensões materiais quanto simbólicas”, escreve a curadora.
Temperaturas ora elevadas, ora abaixo da média, chuvas fortes, ventanias, a chegada de furacões e tornados, queimadas e o descompasso iminente das questões da natureza estão em pauta em todo o mundo. Para compor esta mostra, uma seleção de obras transcende seu papel de testemunha da deterioração causada pelos séculos de extrativismo e joga luz ao colapso ambiental e a urgente necessidade de uma transição energética. “Muito além de indicar uma problemática, as obras erguem-se como plataformas, a partir das quais são propostas formas alternativas de imaginar e habitar o mundo”, aponta María Inés Rodríguez.
O compromisso de Marlene Almeida, eixo central da exposição, com o uso de materiais locais e sustentáveis, profundamente ancorado em uma prática que privilegia os recursos que respeitam o meio ambiente, destaca uma reflexão crítica sobre as formas em que as cadeias de produção e consumo têm impacto tanto local quanto globalmente. Este enfoque questiona a relação extrativa que é mantida com o planeta e propõe um caminho para práticas regenerativas que convidam a imaginar outras formas de convivência.
Na exposição, o foco se dá na proposição de um espaço no qual se entrelaçam diversas narrativas estéticas, ecológicas e culturais, todas elas comprometidas com a busca por novas formas de resistência e regeneração diante das crises contemporâneas.
Ao conectar o local com o global, Paisagens Temporais propõe outra escala e dimensão de decisões a serem tomadas em torno da transição energética. “As obras que integram a mostra podem articular e gerar possibilidades de ação coletiva e criativa para a regeneração ambiental, estimulando aos espectadores a imaginarem formas de vida mais sustentáveis e justas”, completa a curadora.
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