O Museu de Arte Contemporânea da USP inaugura no sábado, 20 de abril, a partir das 11 horas, a exposição O Pernambuco Cósmico de Suanê, reunindo 62 pinturas da artista pernambucana Lúcia de Barros Carvalho (1922-2020). Com curadoria de Tálisson Melo, a exposição inédita traz uma retrospectiva da produção de Suanê entre 1946 e 2019, evidenciando a ligação da artista com a cultura nordestina, em especial a pernambucana, através de símbolos, formas e cores. “Suanê foi uma artista que se recusava a perder suas raízes. Seus costumes, as celebrações populares, a passagem dos cangaceiros por sua região, a convivência com os Fulni-ô, o catolicismo e todos os aspectos culturais que a formaram, são características fortes e presentes em todas as suas obras”, afirma o curador.
O nome Suanê foi adotado desde a adolescência, quando recebeu do pajé na aldeia do povo indígena Fulni-ô, ao redor da vila de Águas Belas, interior pernambucano, onde conviveu com a cultura e tradições desta comunidade. Depois de itinerar com a família por outras vilas da região, até as cidades de Recife e Olinda, chega à São Paulo em 1940. Suanê deu início a sua produção artística Incentivada pelo marido Nelson Nóbrega a tornar visível tudo o que cantava e contava, e instigada também por rezas, lendas e suas memórias de infância. Conhecida por trazer em seu trabalho o regionalismo e as raízes pernambucanas que moldaram seu estilo único, Suanê construiu uma trajetória artística multifacetada, incorporando elementos de várias proposições estéticas, em diferentes momentos de sua carreira.
As pinturas produzidas durante as décadas de 1980 e 1990, chamadas de “cósmicas” pela própria artista mostram a capacidade e desejo de Suanê em se reinventar constantemente. Entre linhas, formas e cores, a obra da artista está conectada às figurações da festa, do culto ao divino, da artesania, o imaginário, a memória, a identidade. “Mesmo em se tratando de um contexto também caracterizado pela fome, seca e desigualdade históricas, sua arte explorava temas relacionados à identidade, memória, natureza e sociedade, refletindo suas próprias experiências e observações do mundo ao seu redor”, afirma o curador e completa: “O trabalho e a trajetória de Suanê também instigam a reflexão sobre os limites da história da arte entre os séculos XIX e XXI”.
A exposição, que conta com financiamento do Programas Unidades de Fomento à Cultura (PROAC-SP), da Secretaria da Cultura, Economia e Indústrias Criativas do Estado de São Paulo, permanece no MAC USP até 21 de julho. Visitas para grupos podem ser agendadas no Serviço Educativo – edumac@usp.br.
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