“NÓS” na Diáspora Galeria

A Diáspora Galeria tem o prazer de apresentar a exposição NÓS, uma iniciativa que transcende fronteiras culturais, abrindo diálogos profundos sobre comunidades, pertencimento e identidades. Esta exposição conta com 37 artistas de diversas trajetórias e é fruto do olhar político-cultural que cada artista traz a partir de sua experiência asiático-brasileira.

O trio curatorial composto por Alex Tso (filho de imigrantes chineses e taiwaneses), Juily Manghirmalani (filha de imigrantes indianos) e Allan Yzumizawa (de família japonesa e ainu), uniu forças para dar vida à exposição NÓS, com o objetivo de celebrar a diversidade de experiências e explorar facetas distintas da diáspora asiática no Brasil.

NÓS emerge como uma proposta ousada para olhar coletivamente o que nos aproxima e nos diferencia. A exposição se destaca ao explorar a palavra NÓS e suas nuances, que vão desde os entrelaces e vínculos compartilhados até interpretações de situações não resolvidas e incômodos advindos do histórico geopolítico entre diversos países asiáticos e suas comunidades.

Acreditando na importância de reconhecer essas camadas de elo e distinção, ainda que a sociedade brasileira majoritariamente ainda enxergue essas vivências múltiplas como um único bloco homogêneo, foi de interesse de todos envolvidos no desenho deste projeto a vontade de expandir a noção do asiático no Brasil e nas artes para além das contribuições nipo-brasileiras. Isso proporcionou oportunidade para que outras ancestralidades, identidades, gêneros e recortes contribuíssem para uma visão diversa e potente, de narrativas contemporâneas que abrangem gerações, repertórios e realidades nunca antes apresentadas no circuito da arte contemporânea nacional.

A Diáspora Galeria, comprometida em ampliar horizontes, busca destacar as potências das comunidades socialmente minorizadas no cenário artístico, cativando um olhar no qual o eu e o outro não sejam incisivamente apartados e cujo debate não recaia em essencialismos. Com isso, torna-se possível que a exposição politize vivências, reconhecendo a importância das comunidades étnico-identitárias como ferramentas para quebrar hierarquias sociais sedimentadas e mantidas por estereótipos e fetichizações aos quais essa população está sujeita.

NÓS não é apenas para artistas ou profissionais da cultura, tampouco apenas para asiáticos, mas para todos que buscam uma conexão mais profunda com a diversidade e pluralidade que constituem nossa noção de país e de povo. Esta exposição é como um caleidoscópio que permite encontros e rearranjos móveis, e que, de maneira incontornável, nos leva à conclusão de que é pelo reconhecimento das diferenças o único caminho para uma luta unificada.