Hugo França, “Escultura Pissand+¦”, 2024
Natureza, escultura e sustentabilidade, de Hugo França, será a primeira exposição individual de um artista na FGV Arte. A abertura ocorrerá na esplanada da Fundação Getulio Vargas, no dia 14 de agosto, a partir das 19h, na Praia de Botafogo, 186. A mostra, com duração de dois meses, reúne obras que marcam a trajetória singular do artista, e o público que passar pelo local terá a experiência de interagir ativamente com peças de grandes dimensões. Com uma abordagem ecológica e poética, as obras expressam a presença da natureza e dão ao espectador uma ideia do conceito e do processo de produção de cada uma delas. “O fato de as pessoas interagirem com as obras é um grande diferencial, pois possibilita uma experiência sensorial muito maior. O público pode esperar um grande show das formas orgânicas que a natureza proporciona, que tem, entre outras coisas, um valor arqueológico e escultórico que reverencia a floresta”, conta Hugo França.
Reconhecido internacionalmente por suas esculturas mobiliárias monumentais, o artista utiliza resíduos florestais da Mata Atlântica, ressignificando troncos e raízes em obras que combinam arte, design e consciência ecológica. Sua prática é muito influenciada por saberes tradicionais, sobretudo os do povo Pataxó. Hugo França desenvolve seu trabalho, em especial, a partir de dois tipos de resíduos florestais, o Pequi-Vinagreiro e a Braúna – duas árvores que são exemplares da Mata Atlântica e se destacam pela sua morfologia. Na criação de suas obras, o designer propõe um pacto amoroso entre o mundo humano e o natural, em que até mesmo a motosserra, um objeto frequentemente associado à destruição, ganha novo sentido como um instrumento de produção simbólica. “As esculturas nascem da observação das formas orgânicas das árvores mortas [resíduo florestal] e, a partir daí, são esculpidas seguindo a orientação da estrutura original da árvore, que é incorporada à obra. A natureza é a primeira a esculpir a obra, eu sigo o que as formas orgânicas e a textura da árvore já tinham”, explica França. O artista afirma que seu interesse por esse método de trabalho surgiu no início dos anos 1980, quando se mudou para Trancoso, no sul da Bahia, e se deparou com a intensa exploração predatória da floresta tropical, em particular da Mata Atlântica, um dos biomas mais importantes do planeta.
O curador da galeria, Paulo Herkenhoff, enfatiza a linguagem simbólica das obras, que propõem uma resistência por meio da suavidade: “Os móveis uterinos de Hugo França são esculturas que acolhem. Você se senta e fica”, pontua o crítico. A exposição reafirma o compromisso da FGV Arte em promover projetos que cruzam arte, educação e sustentabilidade, dando continuidade ao trabalho iniciado com as mostras A quarta geração construtiva, Brasília: a arte da democracia, Guanabara, abraço do mar, entre outras. Na mesma data da abertura, na parte da tarde, será lançado o livro Hugo França: esculturas mobiliárias, a primeira obra editorial da FGV Arte dedicada ao artista. Natureza, escultura e sustentabilidade acontece simultaneamente com a atual exposição Afro-brasilidade, uma homenagem a dois Valentins e a um Emanoel, que tem curadoria de Paulo Herkenhoff e João Victor Guimarães, na FGV Arte.
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