“Natureza da realidade” de Tatiane Freitas na Luis Maluf Galeria

Tatiane Freitas, “A natureza insiste em se ocultar 1”, 2024. Crédito: Tatiana Mito

Abre em 29 de janeiro a mostra “Natureza da realidade”, de Tatiane Freitas na Luis Maluf Galeria de Arte, unidade Jardins. A mostra, que traz séries inéditas, tem curadoria de Flavia Corpas e pontua um momento de transição da artista, na qual explora o movimento não apenas como transformação, mas como desassossego que atravessa sua prática. Com dezenas de obras, a mostra segue em cartaz, gratuitamente, até 06 de março.

Abandonando o que lhe é familiar, Tatiane incorpora materiais inéditos, como o carvão, a madeira, e outros, ampliando os limites de sua pesquisa. Seus trabalhos, nunca encerrados, reverberam como convites à reflexão, abrindo caminhos para novos diálogos, como conta a curadora: “Tudo é movimento. Nós, sobretudo. Essa é a premissa que permeia as novas séries de Tatiane Freitas, exibidas pela primeira vez na exposição ‘Natureza da realidade’. Em suas obras, o movimento não se resume à ideia de transformação ou progresso, ele abraça o desassossego contínuo que atravessa a artista e se reflete em sua prática.”

A eventualidade e o diálogo com a natureza se fazem presentes em sua produção, trazendo diferentes estados da madeira em paralelo a estados de ser e colocam a artista como espectadora, e não apenas criadora, dos movimentos naturais de tais matérias-primas. Essa relação estabelece uma conexão entre os fragmentos do cotidiano e a impermanência do olhar, numa prática que desafia a rigidez das formas e abraça a mudança como essência. Desse modo, segundo Flavia, o “desdobramento de trabalhos e inquietações anteriores, possuem a mesma origem dos trabalhos apresentados em ‘Natureza da realidade’: o acaso.

Dando continuidade à sua pesquisa, centrada na construção de objetos a partir da ruína de tantos outros, referidos ao cotidiano e à casa, novas interlocuções se abrem. Velhas portas de madeiras, agora espelhadas em desenho, forneceram de súbito, numa contingência que capturou Tatiane, as primeiras imagens exploratórias para estas novas séries.”

Instalação de pequenos pedaços de papel vegetal, formas abstratas em carvão que se transformam em esculturas, imagens de mobiliário, chão de tacos, e outros, atestam os diferentes estágios de uma mesma materialidade e fazem desta mostra, única, inédita e atemporal.