No descompasso do kamikaze, nos encontramos e prometemos voltar, não mais em companhia de amigas, mas com amores. Engolimos nuvens de algodão doce, mordemos maçãs do amore nos perdemos nos brilhos cintilantes da roda gigante. O cheiro de cigarro evoca noites longíquas, de sexo casual, vinho barato e tapetes macios. Existe algo visceral nas montanhas-russas; talvez, por isso, convidem a brincar com as emoções, explorando o apelo do efêmero e do intenso.
No Parque Marina, cacos de vidro tornam-se lentes e janelas, filtrando reminiscências e ilusões do público. Azulejos traçam o caminho de uma dança estratégica, onde pisar no tabuleiro faz parte da sedução. Cartas se tornam bilhetes e depois, playlists. Dos lábios, sorridentes e dormentes, escapam os sussurros de nossas provocações.
Aqui, não dizemos “estou enamorado de ti”; seguimos outros rituais: paquerar, amassar, pegar, ficar e estar ficando. O tempo verbal dita a intensidade da jogada. As cobertas desordenam o toque dos olhares e as faíscas da carne desmancham o esmero que sequer passa pela mente.
Não importa se o flerte nasceu no aconchego de um assento ou se revelou em uma janela; namoradeira é lugar e atitude.
Deslizar sob a luz dos lençóis pode soar mal nas bocas alheias, mas carrega o tom de uma sabedoria que cura nossas dinâmicas sociais. Seja com dois, três ou quatro, saber se divertir é privilégio de quem desfruta e saboreia a si mesma.
– Marina Schiesari
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