A Galeria Vermelho e a Galeria Leme apresentam duas individuais simultâneas e complementares de Mônica Nador + JAMAC. As exposições reunem obras dos anos 1980 até hoje. O político na arte, de novo, ocupa a Vermelho, e O espiritual na arte, de novo, ocupa a Leme. Ambas as exposições se aproveitam das diferentes arquiteturas de Paulo Mendes da Rocha para explorar espacialmente a instalação dos trabalhos, incluindo pinturas murais, as chamadas Paredes Pintura, desenvolvidas por Mônica Nador + JAMAC desde o início dos anos 2000. As exposições trarão obras seminais do trajeto de Mônica Nador, como as pinturas de grande formato Mamãe natureza (1990), Um bom e velho monocromático (1990) e FRUA (1991), e trabalhos recentes da série Pano Parede, elaborados com o JAMAC, também em grande formato. Séries de gravuras e serigrafias contrastam em escala, e mostram estratégias distintas no preenchimento sistemático do campo – característica marcante na obra de Nador. No final dos anos 1980, Nador produziu uma série de pinturas monocromáticas, que viviam em enfrentamento com o adorno, escapando da crise dos artistas minimalistas que pensavam atingir uma espécie de fim ou auge na produção artística. Os monocromáticos de Nador não encerravam, libertavam. No início dos anos 1990, os adornos monocromáticos deram lugar ao uso de motivos islâmicos, que estilizam elementos naturais como flores e folhas, posicionando-os entre a figuração e a abstração. Esses motivos passaram a ser usados por Nador em trabalhos que se aproximam das all-over paintings, em que o tratamento dado à tela é relativamente uniforme em cor ou padrão. A produção de Nador traz uma repetição manual e rigorosa que aproxima suas pinturas de padronagens de tecidos estampados industrialmente. Na 21ª Bienal de São Paulo (1991), Nador exibiu um conjunto de grandes pinturas feitas com essas padronagens manuais, que são sobrepostas por verbos no imperativo. As palavras usadas por Mônica Nador, no entanto, são ligadas ao deleite. A confusão entre ordem e gozo dos comandos FRUA, VOE e ENTRE trabalham no mesmo limite da forma de suas pinturas, que se utilizam das estratégias do expressionismo abstrato norte-americano – baseado na intensidade emocional do expressionismo alemão e no movimento antifigurativo das Escolas abstratas da Europa – e das torções e justaposições do conceitualismo dos anos 1960. Ainda assim, essa produção, mesmo que crítica à forma e ao sistema masculino da arte, reafirmava o espaço bidimensional da tela. Em 1996 Mônica Nador foi convidada pelo curador Tadeu Chiarelli para participar do Projeto Parede do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Nador realizou nesse espaço o mural Parede para Nelson Leirner, obra que a impulsionou a ocupar espaços urbanos com sua pesquisa, estabelecendo o projeto Paredes Pinturas. As Paredes Pinturas eram feitas em casas e comércios na periferia da cidade de São Paulo. A partir dessa aproximação com a periferia, Mônica Nador iniciou o processo de construção de um projeto coletivo no Jardim Miriam, na zona sul da cidade. O Jardim Miriam Arte Clube – JAMAC parte da organização de oficinas para ensinar a técnica de estêncil para a comunidade, como forma de instrumentalizar seus habitantes, que podem, a partir dessa experiência, aplicar a técnica em trabalhos para comercialização, o que contribui para a autonomia do cidadão. Mônica Nador + JAMAC passaram a figurar entre os participantes de importantes exposições pelo mundo, como a 27ª Bienal de São Paulo (2006), a Biennale de Lubumbashi, no Congo (2015), o Museo de Antioquia, em Medellín (2016), a 21ª Bienal Sesc_Videobrasil (2019) e a 1ª OsloBiennalen (2020). Em cada participação em exposições, Mônica Nador + JAMAC realizam oficinas com grupos locais, que geram desenhos significativos para cada grupo ou contexto. Esses desenhos são, então, reproduzidos em estêncis e aplicados como padrões em pinturas mostradas nas exposições. Esses estêncis passam a fazer parte do vocabulário imagético do JAMAC, que rearticula suas imagens, criando novos padrões e pinturas a cada rearticulação. A produção das pinturas do JAMAC, baseado nos estêncis, afirma a coletividade de seus processos e autorias. Ainda na Vermelho, célebre por seu virtuosismo e esculturas primorosas, Edgard de Souza mostra uma seleção de obras feitas nos últimos três anos, sendo dois em reclusão pandêmica, na sua terceira individual na Vermelho. Na individual, o artista apresenta um conjunto de seis novas esculturas em bronze, e esculpidas e madeira, e uma série de novos bordados.
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