“Masters of Self-Taught Art” na Nina Johnson Gallery

Nina Johnson tem o prazer de apresentar Masters of Self-Taught Art, uma exposição coletiva com mais de sessenta objetos extraordinários dos últimos cem anos, com curadoria do revolucionário negociante de arte John Ollman. Inaugurando em 4 de dezembro na Upstairs Gallery, a exposição inclui desenhos, pinturas e esculturas – muitas das quais não foram expostas em Miami – criadas por artistas amplamente considerados “mestres” do gênero autodidata americano. Entre os artistas participantes estão Peter Attie Besharo, David Butler, Dorothy F. Foster, Lee Godie, William Hawkins, Frank Jones, Elijah Pierce e Eugene Von Bruenchenhein, e Joseph Yoakum, entre outros.

Como artista e negociante, John Ollman possui uma extensa expertise em arte além do mainstream, incluindo arte folclórica, africana, oceânica, pré-colombiana e nativa americana, juntamente com a vanguarda europeia e americana. Sua galeria baseada na Filadélfia, Fleisher Ollman, é uma fonte global de arte autodidata, desempenhando um papel definidor na formação desse campo e contribuindo significativamente para a formação de importantes coleções de arte públicas e privadas. Ao trabalhar para ampliar a visão do que significa a arte autodidata no espaço contemporâneo, ele também exibiu trabalhos de artistas vivos de programas de estúdio para pessoas com deficiência de desenvolvimento na área de Filadélfia.

Dispostas estilo salão na galeria, as obras em Masters of Self-Taught Art são selecionadas por sua importância histórica, incluindo peças da era pré-Segunda Guerra Mundial. A exposição destaca artistas seminais no campo – muitos dos quais foram objeto de recentes exposições em museus e foram incluídos na inovadora exposição de Lynne Cook, Outliers and American Vanguard Art, na National Gallery of Art em Washington, DC.

Entre os artistas em destaque estão Bill Traylor, nascido como escravizado em 1853; William Edmondson, o primeiro afro-americano a expor em um grande museu em 1937 no MoMA; e conclui com artistas mais recentemente descobertos, como Felipe Jesus Consalvos, um artista cubano conhecido por colagens habilmente elaboradas que foram encontradas duas décadas após sua morte. Apresentações adicionais de destaque incluem obras de James Castle (1899-1977), Martín Ramírez (1895-1963) e Joseph Yoakum (1890-1972).

Nascido surdo e acreditava-se que nunca aprendeu a ler, escrever ou sinalizar, James Castle criava livros, construções e desenhos na fazenda de seus pais em Idaho. Conhecido por suas paisagens e interiores profundos desenhados principalmente com fuligem misturada à saliva do artista em papel, Castle também encontrava inspiração em imagens da cultura popular, como desenhos animados, anúncios impressos e detritos de consumo.

Os desenhos intricados do artista mexicano Martín Ramírez estão entre as maiores realizações da arte vernacular americana, mesclando iconografia religiosa em espaços surreais para evocar a paisagem de sua terra natal, bem como temas de pobreza, alienação e memória. Em 1925, Ramírez emigrou para os Estados Unidos e foi preso por razões ainda não esclarecidas. Pouco depois, foi diagnosticado com esquizofrenia catatônica e foi internado no Hospital Estadual DeWitt, onde criou as 450 obras que compõem seu corpo conhecido de trabalho.

Reconhecido por suas paisagens fantasiosas e ricas, Joseph Yoakum iniciou a maioria de suas obras conhecidas durante a última década de sua vida. Baseando-se em memórias antigas, Yoakum reflete sobre o tempo gasto quando jovem viajando em circos, como soldado no Exército dos Estados Unidos durante a Primeira Guerra Mundial, como andarilho ferroviário, e como clandestino e estivador na Ásia e Austrália.