Pedras e bichos d’água é a primeira exposição individual de Marina Woisky e conta com texto crítico assinado pelo curador Germano Dushá. Pedras e bichos d’água é composta apenas por obras inéditas, criadas a partir da apropriação de imagens e combinação de processos de estamparia, costura e preenchimento de tecido com cimento e manta acrílica, transformadas em animais e paisagens que se mesclam em imagens intrincadas de cenas extraordinárias e quiméricas. A artista utiliza como substrato para sua produção imagens de objetos decorativos e de ornamentos com representações de animais e da natureza — como caixas de laquê, esculturas de jade da Ásia e ornamentos arquitetônicos do barroco brasileiro. Woisky, então, expande, recorta e edita essas imagens, que depois ganham intervenções com costura ou pintura antes de serem “estofadas” com uma mistura de cimento. Algumas das peças são cobertas com resina, o que as deixa com um aspecto brilhoso de pedras molhadas. “Interessada pela transmutação da mágica que envolve esses seres e lugares quando inspiram objetos corriqueiros, Marina discute os meandros da produção imagética contemporânea, esmiuçando o estatuto estético da decoração, desde noções mais clássicas, passando pelo pastiche e pelo kitsch, até a cultura de massa e o advento digital”, escreve Dushá no texto que acompanha a exposição. Como sugerido pelo título, a exposição constitui uma paisagem insólita. Repleta de imagens de cachoeira e de animais, após passarem por dezenas de transposições de mídia e materialidade se tornam difíceis de decifrar, transformadas em seres limítrofes, como se vistos sob a refração da superfície de uma corredeira.
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