A exposição Oráculos apresenta a obra recente da artista Marina Caverzan, que explora diferentes sistemas oraculares, como o tarô, a Cabala, a geomancia, o I Ching e a quiromancia. Através de uma combinação de padrões matemáticos e referências ao construtivismo, a artista busca criar uma síntese entre rigor formal e emanação espiritual. Uma das obras destacadas na exposição é Geomantic Body, na qual 16 símbolos da geomancia se tornam 16 pinturas, organizadas em um círculo, evocando a simetria e as dimensões do tarô. Marina Caverzan busca estabelecer um sincretismo oracular, explorando as convergências entre os diferentes sistemas e desconstruindo seus símbolos, sem questionar sua eficácia. Através dessa fusão entre precisão e mistério, a obra convida o espectador a adentrar no desconhecido. A temática abordada na exposição revela o interesse da artista pelo visível e invisível, explorando as relações entre matemática e espiritualidade. Em obras como Mal me quer, mal me quer e Papisa, Marina Caverzan subverte convenções tradicionais, como a representação feminina na Cabala e a associação de instrumentos oraculares às mãos femininas. A artista também trabalha com a combinação de formas geométricas, como triângulos e círculos, criando composições que alternam entre regularidade e porosidade. Nesse contexto, Marina Caverzan também investiga temas relacionados à vida e à morte. Em Séance, por exemplo, um círculo composto por pequenos triângulos cria uma abertura, sugerindo a possibilidade de comunicação com o além. Ainda, a artista aborda preocupações contemporâneas, como a proteção da natureza, como evidenciado em Psychographie, onde linhas de um texto descontrolado acompanham uma pedra, simbolizando um convite para ouvir e convocar a mensagem da natureza. No conjunto das obras apresentadas, Marina Caverzan alcança um pensamento geométrico expandido, criando imagens que são ao mesmo tempo estranhas e familiares. A exposição Oráculos convida o espectador a refletir sobre a percepção, os limites do conhecimento e as múltiplas camadas de significado presentes nos sistemas oraculares. Como bem resume o ditado em latim citado pela artista: “saber tudo é perder tudo”.
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