A exposição Bom dia, senhora Maria Helena Andrés. Bom dia, senhor Almandrade promove um diálogo entre a obra da artista mineira, que completou 100 anos com uma retrospectiva, e o artista e poeta baiano, cuja produção se inicia no começo dos anos 1970, atualmente em cartaz em uma individual na Galeria Raquel Arnaud. Em sua trajetória, Maria Helena aderiu nos anos 1950 à abstração geométrica e, entre o final dos anos 1960 e princípio da década seguinte, responde brevemente a influência da Pop. O percurso de Almandrade é marcado pelo cruzamento entre desenhos com traços conceituais, a poesia concreta e, logo em seguida o movimento do Poema Processo. A geometria, com seus novos significados e transformações na obra de cada um – testemunhadas nas histórias dos dois artistas – é o ponto de contato que articula convergências e singularidades que atravessam gerações; ela aqui surge como idioma comum de um fortuito e profícuo encontro, marcado por imprevista reciprocidade e esperada riqueza. Um diálogo entre dois artistas históricos de diferentes gerações, tendo como idioma comum a geometria, presente na abstração construtiva da mineira Maria Helena e nas pinturas e objetos poéticos do baiano Almandrade. Sobre Maria Helena Andrés, o crítico Roberto Pontual escreveu nos anos 1970: “A presença e a importância de Maria Helena Andrés, como desenhista, pintora e professora, na arte mineira dos últimos vinte e cinco anos, tornou-se fato inconteste. […]. No seu trabalho pessoal, ela manteve certas características básicas ao longo desses anos, como a tendência a diluir as formas do real numa série de sugestões semiabstratas, como propensão romântica para o símbolo, a metáfora e a alegoria. […]. Por volta de 1964, fundindo o significado simbólico das embarcações com chamamentos diretos da contemporaneidade, passou a figurar, na mesma crescente diluição quase-abstrata, máquinas voadoras num universo de sonho e luminosidades metálicas; […]. Nos desenhos e pinturas mais recentes, a abstração tem se ampliado em termos de novo prazer pelo gestual, pela fluidez de transparências e impacto de contrastes, talvez incorporados através de seu interesse e de seu contato com a arte oriental”.
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