Manuel Mathieu no MOCA North Miami
10 abril - 10:00 - 6 outubro - 17:00
Em sua primeira exposição individual em uma grande instituição dos Estados Unidos, Manuel Mathieu apresenta suas vibrantes pinturas que fundem de maneira fluida a abstração com a figuração. As obras de Mathieu servem como reflexões sobre nossas vidas entrelaçadas, onde as fronteiras entre passado e presente, ou o pessoal e o político, muitas vezes se confundem. Compartilhando memórias que retratam cenas cotidianas, Mathieu também interroga a complexa história de sua terra natal, o Haiti, em suas telas. Ao desenterrar os traumas da violência estatal, ele aborda questões que permanecem urgentes hoje como têm sido ao longo da história haitiana.
Apresentando uma constelação de obras – incluindo pinturas, desenhos e cerâmicas – a exposição, que teve origem na The Power Plant Contemporary Art Gallery em Toronto, Ontário, lança luz sobre a relação do Haiti com o mundo. Posicionado nas linhas de falha das crises políticas e ambientais modernas, o Haiti é o epítome de um anseio global por libertação e resistência de base contra explorações imperialistas e capitalistas. No seu núcleo, esta exposição é um exame das repercussões duradouras da revolta pioneira do Haiti, que começou em 1791 para desafiar a escravidão e o colonialismo. Isso, e sua busca por autodeterminação, envolveram a nação nas intrigas da Guerra Fria nas últimas décadas.
Algumas pinturas trazem de volta à consciência contemporânea incidentes angustiantes, sugerindo as atrocidades cometidas pelas ditaduras impiedosas do Haiti. Mathieu nos lembra que comemorar as tragédias do passado não recai apenas sobre os ombros das comunidades locais ou da diáspora de uma nação, mas é parte de nossa responsabilidade coletiva. Suas obras sugerem um entendimento distinto da história do Haiti – uma história definida por correntes globais, que ocasionalmente colidem, resultando em episódios frenéticos de violência em massa. Mathieu, portanto, propõe que as dinâmicas do mundo podem se manifestar em um lugar, como o Haiti. Sublinhando vínculos e lutas comuns que nos unem apesar das fronteiras nacionais, ele nos convida a entrar em um mundo descoberto sob outros céus.