Madalena Santos Reinbolt, Sem título, 1965–1976. Coleção Edmar Pinto Costa, São Paulo, Brasil
Com 42 trabalhos têxteis e pinturas a óleo, Madalena Santos Reinbolt: A Head Full of Planets é a primeira pesquisa abrangente sobre a obra de Santos Reinbolt já apresentada e marca a primeira exposição individual da artista em um museu fora de seu país natal, o Brasil. Reconhecida principalmente por seus bordados de grande escala, feitos com centenas de fios vibrantes e que ela chamava de quadros de lã, a exposição reúne mais da metade de todas as obras conhecidas da artista e examina sua produção sob diferentes perspectivas, incluindo gênero, raça e dinâmicas socioeconômicas.
A Head Full of Planets investiga o contexto em que a prática artística de Santos Reinbolt se consolidou no início dos anos 1950, quando ela passou a trabalhar como cozinheira residente para a arquiteta Lota de Macedo Soares e sua companheira, a poeta americana Elizabeth Bishop, na casa do casal em Petrópolis, um refúgio na serra frequentado pela alta sociedade brasileira. No entanto, foi apenas em meados dos anos 1960, enquanto trabalhava em outra residência, que ela começou a se dedicar ao bordado e a produzir muitas das obras pelas quais é mais conhecida hoje.
Apresentada de forma não cronológica, A Head Full of Planets divide-se em quatro seções principais. A abertura da exposição explora as múltiplas identidades de Santos Reinbolt como artista, trabalhadora doméstica e mulher negra, traçando seu percurso desde a infância em uma pequena fazenda no interior da Bahia até sua migração para as cidades mais ricas do Sudeste em busca de oportunidades de trabalho. Outra seção apresenta seu corpo de obras como uma condensação de tempo, espaço e dinâmicas raciais, abrangendo desde a vida no campo até cenas urbanas movimentadas. Seus bordados retratam festas, refeições coletivas e paisagens ao ar livre — montanhas, céus, fauna e flora —, tanto do Brasil quanto de terras distantes, reais e imaginadas. A exposição se encerra com uma análise das afinidades entre seus bordados e as tradições têxteis de longa data praticadas por mulheres em diversas regiões do Brasil, incluindo artistas contemporâneas.
Para homenagear e dar voz a Santos Reinbolt, a exposição inclui gravações de entrevistas concedidas por ela à antropóloga e crítica de arte Lélia Coelho Frota, interpretadas pela poeta, educadora e pesquisadora feminista negra Luana Reis, que, assim como a artista, nasceu e foi criada na Bahia, Brasil.
Essa exposição de grande relevância foi organizada pelo Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), onde estreou no outono de 2022 como parte do programa bienal Histórias Brasileiras do museu, com curadoria de Amanda Carneiro e André Mesquita, curadores do MASP. A versão da mostra no American Folk Art Museum (AFAM), curada por Valérie Rousseau, curadora sênior de Arte do Século 20 & Contemporânea, com a colaboração de Dylan Blau Edelstein, doutorando em Espanhol e Português na Universidade de Princeton, expande a apresentação original do MASP, oferecendo uma contextualização ainda mais aprofundada da artista e de sua obra.
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