A Oficina Cultural Oswald de Andrade que integra o Programa Oficinas Culturais, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas e gerenciado pela Poiesis, apresenta a exposição Lágrimas da Terra. A desenhista e ilustradora Cyra Moreira mostra uma “corda” como fio condutor que é representada por 50 metros de papel para fax. Nesta “corda” foram criados desenhos que narram os atuais pedidos de ajuda, que são encontrados nos problemas éticos, humanitários e ambientais.
“Falar do momento presente é para mim tema urgente. Com essa intenção busquei desenvolver um trabalho em arte com sentido para reflexão. Escolhi a imagem da “corda” como fio condutor desta pesquisa. As primeiras cordas feitas remontam a quase 20 mil anos, é grande sua importância e simbologia, corda também é sinônimo de segurança e solidariedade, quando esta corda é negada tragédias acontecem, como em 1816 quando tripulantes dos barcos salva-vidas que rebocavam a balsa da Medusa soltaram as cordas, condenando à morte quase todos na balsa, abandonados à deriva no oceano. Passados mais de duzentos anos, hoje parece que mais cordas são cortadas do que lançadas, são milhares de refugiados tentando atravessar fronteiras, atravessar oceanos, florestas são queimadas, a natureza violentada. Esse é o tema deste trabalho, escolhi o desenho para falar do momento presente, em que problemas éticos, humanitários e ambientais crescem em número e intensidade assustadora. Como suporte, usei 50 metros contínuos de papel para Fax, simbolicamente essa extensa faixa de papel representa a corda, e sobre ela criei os desenhos com a narrativa dos atuais pedidos de ajuda, das cordas lançadas (em socorro) e das cordas negadas (pela indiferença). Ao mergulhar na execução de 155 desenhos, porém, surgiram sentimentos e reflexões que se somaram ao projeto original, como quando terminada a série dos muros, enquanto desenhava a série de refugiados perceber que desenhava tragédias muito parecidas de ambos os lados. Afinal o que os muros separam? Ainda sobre os muros, há 32 anos comemorou-se a queda do muro de Berlim, na época 11 deles ainda existiam, hoje são mais de 70 os muros separando pessoas. Ao apresentar essa instalação são estes os sentimentos que trago, e por mais difícil que seja olhar para as tragédias e para o imenso sofrimento que nos cerca, conhece-los é o princípio da reflexão que devemos fazer.” [Cyra Moreira]
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