O Institute of Contemporary Art, Miami, apresenta Keiichi Tanaami: Memory Collage, a primeira exposição individual do artista em um museu nos Estados Unidos. Keiichi Tanaami (1936–2024, Tóquio) foi uma figura pioneira no Pop Art japonês e global ao longo de sete décadas, criando obras magnificamente imersivas em diversos meios para examinar as culturas americana e japonesa no período pós-guerra. Tanaami antecipou o cruzamento entre cultura popular e arte, e, por meio de suas conexões com o design, adotou uma abordagem radical e crítica sobre como imagens de desejo e violência transformam a sociedade. A exposição reúne obras produzidas entre 1965 e 2024, destacando o uso do artista do método de colagem para expressar a complexa paisagem midiática contemporânea.
A vida e obra de Tanaami foram profundamente marcadas por sua criação no Japão, o trauma da Segunda Guerra Mundial e a reconstrução do país no pós-guerra. Apesar de a guerra ter forçado Tanaami e sua mãe a fugirem para o campo em 1943, os massivos ataques aéreos dos Estados Unidos em Tóquio no final do conflito, assim como sua experiência em abrigos antiaéreos, tiveram um impacto imenso no garoto de nove anos e continuam a assombrar sua imaginação. Suas obras alucinatórias transbordam com aviões americanos, holofotes, monstros reais e imaginários e multidões em fuga. Imagens sexuais permeiam sua obra ao longo das décadas, assim como cores sintéticas; Tanaami registra a cultura popular comercializando o desejo como uma forma de suprimir a devastação da guerra. Tanaami formou-se em design gráfico pela Musashino Art University, em Kodaira, Japão, em 1960, e construiu uma carreira de sucesso no design e publicidade, atuando como o primeiro diretor de arte da Playboy japonesa e criando capas de discos para Jefferson Airplane e The Monkees, contribuindo para a introdução da cultura psicodélica no Japão.
Durante a década de 1960, a prática artística de Tanaami frequentemente assumiu a forma de exuberantes colagens repletas de recortes de revistas internacionais. Essas colagens densas são fascinantes índices da cultura visual do pós-guerra, com referências de fontes ocidentais e japonesas, formas comerciais e chapbooks. Tanaami também desenvolveu esses conjuntos fantásticos de imagens por meio de animações musicais, surreais e psicodélicas, que hoje são clássicos do cinema de vanguarda.
Combinando mídias díspares, Tanaami criou mundos que exploram como a guerra distorce a percepção por meio de fragmentação, pesadelos e visões alucinatórias. Nos anos 1970, suas icônicas pinturas combinavam paisagens idílicas com publicidade, imagens eróticas e slogans anti-guerra. Nas décadas seguintes, Tanaami expandiu continuamente esses mundos, citando mangás, teatro e, cada vez mais, a história da arte, inspirando-se em fontes tão variadas quanto a Escola de Fontainebleau do século XVI e as xilogravuras japonesas (ukiyo-e). Nos últimos anos, o artista explorou o papel do criador na cultura visual com a série Pleasure of Picasso (2020–), que utiliza apropriação e repetição de forma lúdica e técnica, refletindo sobre a compressão entre arte social, comercial e histórica na contemporaneidade.
A exposição também apresenta uma visão concisa do trabalho recente de Tanaami, um período de grande produtividade e experimentação para o artista. Em pinturas de escala épica e imagens em movimento complexas, Tanaami empregou tecnologia para ampliar suas visões caleidoscópicas. Com essas pinturas radicalmente produzidas, impressas digitalmente e visualmente saturadas, o artista reflete sobre o regime contemporâneo de imagens onipresentes e o espectro sempre presente da história.
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