Katie van Scherpenberg, “Silhueta”, 2008 Crédito: Ding Musa
A individual Katie Van Scherpenberg: o corpo da obra se alinha a um dos fundamentos do programa da Galatea, que envolve resgates históricos e reposicionamento de grandes artistas cuja produção se encontre em certa medida distanciada da cena atual da arte brasileira. A mostra sela o acordo de representação pela Galatea da obra de Katie Van Scherpenberg (São Paulo, 1940), artista que vem contando com renovado reconhecimento e projeção internacional desde que passou a ser representada, em 2019, pela galeria londrina Cecilia Brunson Projects, com a qual a casa brasileira passa a colaborar.
Iniciada há cinquenta anos, a produção de Scherpenberg deriva das suas investigações a respeito da pintura e dos elementos estruturais e simbólicos que a constituem. A artista experimentou toda sorte de intervenção sobre tela e madeira, pesquisando pigmentos naturais, desenvolvendo a própria têmpera, desencadeando reações químicas e examinando as oxidações sofridas por diversos materiais.
Nesse caminho de questionamento da pintura, Scherpenberg chegou à paisagem, passando a intervir com a cor no espaço — na areia, na água, na grama, nas árvores. Ao registrar suas intervenções espaciais, chamadas de landscape paintings, a artista, até então pintora, entra em cena protagonizando performances e evidenciando o lugar do corpo na prática da pintura. O título da exposição, portanto, busca ressaltar a corporalidade na sua obra, que tensiona tanto a plasticidade dos materiais quanto o corpo físico da artista.
A mostra reúne cerca de 25 obras produzidas entre 1982 e 2008, além de trazer uma vitrine que apresenta ao público os registros das intervenções empreendidas pela artista na paisagem e documentos históricos.
Fernanda Morse, pesquisadora e curadora na Galatea, assina o texto crítico da exposição, e comenta:
“Katie Van Scherpenberg é uma artista que não perdeu a infância, ela examina a matéria como a criança que descobre o tato; interage os elementos como a criança que persegue a mágica, que se sonha alquimista ou cientista entre reagentes e tubos de ensaio. O intercâmbio entre o corpo da artista e o corpo da obra é o que anima — dá vida — a sua produção.”
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