A Pinakotheke Cultural, no Rio de Janeiro, apresenta no dia 19 de agosto de 2024 a exposição “Katia Maciel – Um quarto de mar”, que conta com quatro poemas-objetos da série “Cósmicas” e um filme, todos criados pela artista especialmente para a mostra. O texto crítico é assinado pela premiada escritora e curadora Veronica Stigger. “É uma exposição intimista, diferente de meus trabalhos com instalações em grande escala”, ressalta Katia Maciel. “Desta vez, a montagem foi inspirada pela questão do sonho”. A grande biblioteca que cobre duas paredes da sala será revestida por voal, um tecido diáfano, criando um ambiente etéreo.
As bibliotecas estão presentes na obra de Katia Maciel, e foi justamente seu filme sobre a biblioteca do renomado crítico, historiador e filósofo da arte Yve-Alain Bois (1952, Argélia), em Princeton, EUA, exibido em março na mostra “Anjos com armas”, na Pinakotheke Cultural, que motivou o convite de Max Perlingeiro, diretor da instituição, para que a artista realizasse um filme sobre Gonçalo Ivo, projetado na exposição “Zeitgeist”, no térreo, e idealizasse uma mostra no segundo andar, no mesmo período.
Há anos, Katia Maciel registra seus sonhos, que quase sempre têm o mar como tema central. A partir dessas descrições e de uma pesquisa em seus arquivos sobre outras obras relacionadas ao mar, a artista criou o filme intitulado E todos os dias eu sonho com o mar. Ela construiu “um campo semântico com questões ligadas aos sonhos: noite, inconsciente, eclipse/elipse”, para conceber um quarto repleto de poemas-objetos. “A ideia de elipse/eclipse está muito presente nos sonhos, pois lembramos deles em fragmentos, como se faltassem partes, e durante o sonho vivemos experiências que nos parecem reais”, observa. A artista desejou criar “uma situação imersiva, uma expansão do sonho para o espaço”.
O filme E todos os dias eu sonho com o mar (2024, 28’), projetado na parede frontal do espaço, se expande nos poemas-objetos “Same Page” e “Eclipse”, ambos em espelho com serigrafia fixada com silicone, “Infinito”, papel sobre espelho, todos com 66 cm x 96 cm cada; “Caixa-mar” (2024), caixa de acrílico branco com impressão azul, 30 x 43 cm (díptico), e “Maquete” (2024), madeira, 19,5 cm x 32,7 cm. Todos os trabalhos são de 2024.
Em “Same Page”, a ideia de negativo/positivo alude aos estados de dormir/acordar, refletindo a fluidez entre os estados de consciência e inconsciência trazida pelos sonhos. O espelho, com sua imagem virtual, reforça essa dualidade entre o real e o irreal. “Em meus trabalhos, sempre há um pensamento, uma reflexão sobre a imagem e nossa relação com ela, a percepção que ela provoca e o retorno que ela nos dá”, comenta a artista. Pela primeira vez em sua produção, Katia Maciel criou uma maquete que reproduz o espaço expositivo, reforçando a ideia “de um espaço dentro do espaço, onde não se sabe o que é sonho e o que é realidade, para criar uma situação imersiva, amplificada pela cor azul do filme”.
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