“Karimah Ashadu: Tendered” no Camden Art Centre

Karimah Ashadu, MUSCLE (captura de imagem), 2025. Cortesia do Camden Art Centre.

O Camden Art Centre e a Fondazione In Between Art Film têm o prazer de anunciar “Tendered”, a primeira exposição individual institucional no Reino Unido da artista e cineasta Karimah Ashadu (Reino Unido/Nigéria, n. 1985), vencedora do Leão de Prata para Jovem Artista Revelação na Bienal de Veneza de 2024.

Com curadoria de Alessandro Rabottini e Leonardo Bigazzi, da Fondazione In Between Art Film, a exposição inclui a estreia de MUSCLE – uma instalação de imagem em movimento recém-encomendada – bem como uma série de novas esculturas concebidas especialmente para a mostra que fazem referência a objetos e ambientes dentro do filme. MUSCLE (2025) é um retrato íntimo de fisiculturistas no coração das favelas de Lagos, buscando alcançar um ideal hipermasculino, dando continuidade à pesquisa da artista sobre questões de independência socioeconômica e patriarcado no contexto da cultura e sociedade da África Ocidental. MUSCLE é uma encomenda e produção do Camden Art Centre, da Fondazione In Between Art Film e da The Renaissance Society da Universidade de Chicago, onde será apresentada no outono de 2026.

Além disso, a exposição apresenta uma seleção de obras anteriores em movimento, também ambientadas em Lagos – King of Boys (2015), uma janela para o funcionamento interno do matadouro de Makoko, e Cowboy (2022), um filme de dois canais que acompanha um homem que dedicou sua vida ao cuidado de cavalos – configurado em ambientes discretos que estendem aspectos dos filmes para o espaço de exibição. A mostra leva os visitantes a uma jornada pela amplitude da prática de Ashadu, do intimista ao expansivo, apresentando obras que formam uma narrativa cinematográfica de corpos e terras – um cenário ondulante de subculturas urbanas, trabalho cotidiano e nossa relação com a natureza.

A prática de Ashadu analisa as manifestações contemporâneas da história nigeriana, tal como são transmitidas por seu povo e sua paisagem. Tendo crescido entre o Reino Unido e a Nigéria, a artista situa seu ponto de vista em uma constante negociação de distância, própria de existências diaspóricas. É por meio de uma proximidade empática – em oposição a uma abordagem documental – que Ashadu observa as lutas e reúne as histórias de trabalhadores – dos mototaxistas em Machine Boys (2024) aos mineiros de estanho em Plateau (2022) ou aos produtores de óleo de palma em Red Gold (2016). Sua formação em pintura se reflete na linguagem visual de seus filmes, combinando um forte senso de cor, composição e forma com a cinética fugidia da lente de sua câmera. Essa abordagem única ao manuseio da câmera e ao enquadramento de seu olhar desafia a tendência ao espetáculo na documentação etnográfica colonial. Os retratos íntimos e cheios de nuances de Ashadu, sejam de indivíduos ou comunidades, exploram reflexões multifacetadas sobre as noções de masculinidade e sistemas patriarcais dentro do contexto cultural da África Ocidental, pois estão inextricavelmente relacionados às condições de independência econômica e exploração após o domínio colonial britânico.