Os jardins do Museu do Pontal vão se transformar em parque de esculturas com a inauguração, no dia 9 de novembro, da exposição José Bezerra e artistas do Vale do Catimbau. A mostra reúne nove obras de madeira de grandes proporções – algumas chegam a ter mais de 3 metros de altura –, criadas pelo genial artista pernambucano, convidado especial do evento, e por seus conterrâneos Gilvan Bezerra, Dário Bezerra e Luiz Benício. A abertura marca ainda o lançamento do documentário José Bezerra, Artista, e terá show do cantor e compositor Siba, um apaixonado por cultura popular.
– O Vale do Catimbau, um dos principais sítios arqueológicos do Brasil, fornece matéria-prima e inspiração para a produção artística de José Bezerra. Ele costuma dizer que foi num sonho que entendeu que deveria dedicar-se a transformar galhos retorcidos de árvores mortas e caídas em animais e seres imaginários tão intrigantes e enigmáticos quanto belos, dando-lhes uma nova oportunidade de vida. A cor original da madeira, que recebe o mínimo de intervenções de facão, serrote e formão, confere a suas esculturas uma expressividade singular, em formas que parecem não se esforçar para surgir de dentro da matéria natural – observa Lucas Van de Beuque, curador da mostra ao lado da antropóloga Angela Mascelani e um dos diretores do filme.
José Bezerra nasceu em Buíque, uma das três cidades do Vale do Catimbau, em 1952. Escultor, poeta e músico autodidata, é pioneiro no trabalho em madeira na região e formador de diversos discípulos, entre eles os três artistas que também participam da mostra. Seu trabalho ultrapassou fronteiras e ganhou exposições e reconhecimento. Além do Museu do Pontal, suas obras integram coleções ou foram expostas em instituições como Museu de Arte Moderna de São Paulo, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Moderna do Rio, Museu de Arte do Rio e Fondation Cartier Pour I’art contemporain, na França.
– Tanto a exposição quanto o documentário são resultado do programa de pesquisas que o Museu do Pontal desenvolve há 20 anos, indo a campo para registrar e dar visibilidade aos artistas das camadas populares do Brasil. Os artistas do Vale do Catimbau, especialmente o genial José Bezerra, foram objeto de pesquisa nos últimos anos. Toda as obras selecionadas para a exposição passam a integrar o acervo do Museu e ficarão expostas até junho de 2025 – conta Angela Mascelani.
A genialidade de Bezerra e sua relação simbiótica com o Catimbau estão registradas no curta documental José Bezerra, Artista. Dirigido por Lucas Van de Beuque e Karen Black, o filme terá sua primeira sessão pública no evento. Logo depois, o multiartista mostrará seu lado musical acompanhado do Trio Pernambucano.
– Buscamos fazer o filme que o artista gostaria de fazer. Não há críticos ou especialistas em arte falando, é o próprio José Bezerra quem imagina, orienta e narra como seria esse documentário sobre ele” afirma Karen Black.
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