Isaac Julien, “Lina Bo Bardi – A Marvellous Entanglement”, vista da exposição, Victoria Miro Gallery, 2019. © Isaac Julien. Cortesia do artista e Victoria Miro, Londres
O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta, de 28 de março a 3 de agosto de 2025, a exposição Cinco ensaios sobre o MASP — Isaac Julien: Lina Bo Bardi — um maravilhoso emaranhado. Inédita no Brasil, a videoinstalação sobre o legado de Lina Bo Bardi (1914–1992) ocupa o segundo andar do Edifício Pietro Maria Bardi. Na obra, as atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro interpretam os escritos de Lina, dando voz às suas ideias sobre o potencial social e cultural da arte e da arquitetura, especialmente a partir de sua experiência com a cultura afro-brasileira na Bahia.
Com curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, e assistência de Matheus de Andrade, assistente curatorial, MASP, a videoinstalação é composta por nove projeções simultâneas que constroem uma narrativa não linear a partir da sobreposição de imagens de arquivo, registros arquitetônicos e performances encenadas.
Desde os anos 1980, Julien dirige e produz obras que refletem sobre a exibição e o significado da cultura material não europeia em museus de arte ocidentais, unificando dança, fotografia, música, teatro, pintura e escultura. Seu trabalho revisita figuras históricas, oferecendo novas perspectivas e subvertendo narrativas dominantes. Inspirado na visão de Bo Bardi sobre o tempo, o título da obra apresentada deriva de uma de suas reflexões: “Mas o tempo linear é uma invenção do Ocidente, o tempo não é linear, é um maravilhoso emaranhado onde, a qualquer instante, podem ser escolhidos pontos e inventadas soluções, sem começo nem fim”.
Filmado em 2018 em espaços icônicos projetados por Bo Bardi em São Paulo — no MASP, no Sesc Pompeia e no Teatro Oficina — e em Salvador — incluindo o Museu de Arte Moderna, o Restaurante Coaty e o Teatro Gregório de Mattos —, o filme conta com a participação do Balé Folclórico da Bahia, do coletivo ÀRÀKÁ, de Salvador, e do ator, diretor e dramaturgo José Celso Martinez Corrêa (1937–2023), cofundador do Teatro Oficina de São Paulo, que trabalhou em colaboração estreita com Lina.
As projeções são dispostas em telas com diferentes suportes. Algumas são fixadas à parede, enquanto outras apoiam-se em cubos de concreto, uma referência aos cavaletes de cristal idealizados pela arquiteta para o MASP. A estrutura simboliza a ideia de um museu aberto e transparente, que possibilita um encontro mais próximo do público com as obras de arte. Já a trilha sonora original, composta por Maria de Alvear, reforça o caráter imersivo e sensorial da instalação.
“Para Lina Bo Bardi, o museu não deve ser um lugar empoeirado onde se guardam resquícios da história. Os objetos expostos só têm sentido quando estão próximos do público, sem hierarquias, e relacionados à contemporaneidade. Refletindo sobre estes ideais, Isaac Julien consegue transmitir a atualidade das ideias de Bo Bardi, cuja dimensão coletiva se traduz nos espaços que ainda hoje promovem a interação diversa entre arte, arquitetura e sociedade”, comenta Matheus de Andrade.
Um maravilhoso emaranhado foi exibida pela primeira vez na Victoria Miro Gallery, em Londres, em 2019. Agora chega ao Brasil integrando o conjunto de Cinco ensaios sobre o MASP, exposições que inauguram o Edifício Pietro Maria Bardi e ocupam cinco de seus andares, refletindo sobre a história e o acervo do museu.
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