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Inauguração do novo espaço da Galeria Refresco com mostra coletiva
27 julho - 12:00 - 28 setembro - 19:00
Entre os dias 27 de julho e 28 de setembro, a Galeria Refresco realiza a exposição coletiva “Bronze Noturno”, com a curadoria de Daniela Avellar, Deborah Zapata e Renato Canivello. A mostra conta com mais de vinte trabalhos produzidos por artistas brasileiros de diferentes localidades que têm se destacado por suas práticas e processos singulares, capazes de expandir os limites do que é convencionado por pintura e escultura. O título da exposição se vale da sensação de calor na pele após a exposição solar, uma permanência da presença do Sol mesmo na ausência de sua luz direta. Essa experiência tipicamente carioca ressalta um elemento crepuscular à mostra, marcada pelos gradientes cromáticos das obras e dos processos e mídias pouco usuais dos quais elas fazem uso. Trata-se também de uma tentativa de cartografar não só um repertório visual, como o pôr-do-sol na cidade do Rio de Janeiro, mas também a própria questão da sensibilidade do corpo – assuntos sempre caros à arte brasileira.
Os treze artistas que compõem a mostra são Alexandre Nitzsche Cysne, Dani Cavalier, Edu de Barros, Eduardo Baltazar, Fabio Severino, Gpeto, Iah Bahia, Medusa, Nathalie Ventura, Rafael D’Aló (radicado em Londres), Sandra Lapage, Siwaju e Ygor Landarin. O uso e a combinação de materiais menos convencionais na prática pictórica e escultórica, como metais, acrílica, resina, argila e lycra, acentuam o caráter comum de experimentação dos expositores e suas preocupações acerca da tangibilidade das obras. “Bronze Noturno” reaviva questionamentos inerentes à arte contemporânea e propõe novas maneiras de se pensar as dinâmicas entre forma e materialidade, conteúdo e invólucro, reflexão e representação.
Nas palavras de Daniela Avellar, “a curadoria reflete sobre uma experiência de cidade a partir de suas ruas, encruzilhadas, fluxos e contrafluxos, encontros, afetos – todos mediados pela relação com o céu e o sol, e do encontro desses efeitos com a pele”. “Bronze Noturno” propõe uma abordagem da sensibilidade artística que prioriza a experiência corpórea para além da contemplação visual. Daí, a pele surge como esse limiar entre mundo e corpo – a fronteira a partir da qual nos constituímos como indivíduos e percebemos o ambiente ao nosso redor. Nesse sentido, as iconografias da cidade do Rio de Janeiro também ganham peso na exposição enquanto lugar onde o corpo está e que o constitui. A impressão do bronze noturno, afinal, reelabora como percebemos o par dicotômico presença-ausência – como em uma alucinação, é uma sensação na falta de seu objeto correlato.