Hilma af Klint, “Motacilla alba (White Wagtail), Juniperus communis (Common Juniper), Pinus sylvestris (Scots Pine), Somatochlora sp. (Striped Emeralds)” (detalhe). Folha 10 do portfolio Nature Studies, 1919. Cortesia do The Museum of Modern Art, Nova York
Na primavera e no verão de 1919 e 1920, durante um período de intensa conexão com a natureza, a artista Hilma af Klint desenhou flores quase todos os dias. “Vou tentar”, escreveu, “compreender as flores da Terra.” Esta exposição se concentra em um portfólio de desenhos recém-integrados à coleção do MoMA — aquarelas em tons vibrantes realizadas com o olhar atento de uma naturalista sintonizada com os ritmos e a abundância das estações de floração.
Rompendo com a tradição da ilustração botânica, af Klint justapunha flores minuciosamente retratadas a diagramas geométricos: um girassol em flor espelha círculos concêntricos; uma caltha palustris aparece ao lado de espirais simétricas; galhos brotando são dispostos sobre quadriculados de pontos e traços. Com essa profusão de formas — uma ampliação da linguagem abstrata pela qual é mais conhecida —, af Klint procura visualizar “o que está por trás das flores”, expressando sua crença de que a observação atenta do mundo ao redor revela aspectos sutis da existência humana.
Af Klint concebeu esse portfólio como um atlas — ou, em termos botânicos, uma flora — que detalha as plantas da Suécia, onde vivia e trabalhava. Trata-se, porém, de uma flora do espírito, um mapeamento do mundo natural em termos espirituais, que poderia figurar ao lado de qualquer recurso científico. Ao colocar representação e abstração, observação e imaginação, arte e botânica em diálogo, seus desenhos afirmam a interconexão entre todos os seres vivos. “Mostrei”, escreveu, “que existe uma ligação entre o mundo vegetal e o mundo da alma.”
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