Hélio Oiticica, um dos artistas mais consagrados do Brasil, é uma figura importante na história da arte do final do século XX. Estendendo-se desde meados da década de 1950 até a morte do artista, a trajetória de sua produção começa com pinturas pequenas, abstrato-geométricas, e termina em ambientes imersivos carregados de sensações e projetos participativos politicamente carregados. Oiticica criou várias instalações penetráveis, nas quais o espectador mergulha em cores dentro de ambientes que evocam e celebram as comunidades das favelas do Rio de Janeiro. Penetrável Macaléia (1978) está entre as últimas variações dessa forma concebida por Oiticica. Dedicada a Jards Macalé, famoso músico que era um querido amigo do artista, o projeto dessa obra foi inspirado em uma festa épica na casa de Macalé, descrita vividamente por Oiticica em suas anotações. Luzes de palco iluminavam os artistas nessa estrutura, cobrindo seus corpos de vermelho, azul e amarelo. Ao entrar na instalação Penetrável Macaléia, as telas de malha vermelha, azul, amarela e branca brincam sutilmente com a percepção, lançando cores cintilantes no mundo exterior e dentro dela. Desmaterializando as laterais do objeto, o efeito se combina com a cativante história por trás da obra para subverter a seriedade pesada e austeridade da arte minimalista e sua forma icônica, o cubo. Com a adição de cascalho e plantas vivas, a obra traz de forma lúdica o “mundo real”, especificamente o Sul Global, para o espaço asséptico da arte. Penetrável Macaléia funciona brilhantemente tanto dentro quanto fora, sempre interagindo com seu entorno e seus participantes, fundindo arte e vida.
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