Mulher e cachorro na janela, Harlem, Nova Iorque, 1943. Foto de Gordon Parks / Cortesia © Fundação Gordon Parks
Nome central da história mundial da fotografia, Gordon Parks (1912-2006) é autor de uma vasta produção autoral, na qual documentou a vida cotidiana de pessoas negras em estados segregados nos EUA, a luta organizada do movimento negro pelos direitos civis e as manifestações culturais e religiosas da população afro-americana, entre outros temas. Sua obra, trajetória e legado são reverenciados na retrospectiva Gordon Parks: a América sou eu, em cartaz a partir de sábado (4 de outubro) no IMS Paulista (Av. Paulista, 2424).
Sob curadoria de Janaina Damaceno, com Iliriana Fontoura Rodrigues como curadora assistente e Maria Luiza Meneses como assistente de curadoria, a exposição é a primeira retrospectiva de Parks no Brasil e a maior na América Latina. No sábado (4 de outubro), às 11h, a equipe de curadoria conversa com o público no cineteatro do IMS. A exposição é realizada em parceria com a Fundação Gordon Parks, instituição que detém o acervo do fotógrafo e que foi a principal fonte de pesquisa para a concepção do projeto.
Ocupando dois andares do centro cultural, a mostra reúne cerca de 200 fotografias, tiradas sobretudo entre as décadas de 1940 e 1970, além de filmes, periódicos, depoimentos e publicações, ressaltando o caráter multifacetado de Parks, que atuou também como músico, cineasta e poeta. Entre as obras exibidas, estão retratos de nomes centrais do movimento negro americano, como Malcolm X, Martin Luther King e Muhammad Ali, e séries consagradas, como De volta a Fort Scott (1950) e Histórias da segregação no sul (1956). (Saiba mais sobre as obras abaixo).
Gordon Parks nasceu em 1912 na cidade de Fort Scott, no Kansas, durante o regime de segregação racial. Em 1928, sua mãe faleceu e ele se mudou da sua cidade natal, passando por diversos destinos, enfrentando a pobreza e o racismo. Nesse período, trabalhou em diversos empregos em busca da sobrevivência, atuando inclusive como pianista em clubes e hotéis. Em 1937, adquiriu sua primeira câmera fotográfica e, em 1938, publicou suas imagens pela primeira vez no St. Paul Recorder, importante jornal da imprensa negra do estado de Minnesota. Posteriormente, mudou-se para Washington, onde trabalhou para a Farm Security Administration, por onde também passaram fotógrafos como Dorothea Lange, Walker Evans, Russell Lee, Marion Post Wolcott, John Vachon e Carl Mydans. Em 1948, começou a trabalhar na revista Life, uma das mais importantes do mundo, tornando-se o primeiro fotógrafo negro contratado pela publicação.
Após o ingresso na Life, sua carreira como fotógrafo consolidou-se cada vez mais, com a publicação de livros e a participação em exposições, com foco no registro da vida da população negra norte-americana e na denúncia ao racismo e à desigualdade, numa união entre arte e ativismo que caracterizou toda sua trajetória. Também atuou como cineasta, tendo lançado, entre outros longas, o filme Shaft (1971), considerado um dos mais relevantes do movimento conhecido na época como blaxploitation. Por sua obra, tanto na fotografia quanto no cinema, recebeu diversas premiações e homenagens. Até hoje o trabalho de Parks influencia artistas das mais diversas áreas, como o rapper Kendrick Lamar, os fotógrafos Zanele Muholi e Devin Allen, e a cineasta Ava DuVernay.
© 2024 Artequeacontece Vendas, Divulgação e Eventos Artísticos Ltda.
CNPJ 29.793.747/0001-26 | I.E. 119.097.190.118 | C.C.M. 5.907.185-0
Desenvolvido por heyo.com.br