Tarsila do Amaral, , “Urutu”, 1928 – Imagem / Divulgação
O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) inaugura no dia 9 de agosto de 2025 a exposição Gilberto Chateaubriand: uma coleção sensorial, que abre as comemorações pelo centenário de nascimento de um dos maiores colecionadores da história da arte brasileira.
De grande escala, a mostra reúne aproximadamente 350 obras de um dos mais representativos conjuntos da produção artística nacional. Desde 1993, cerca de 6.400 das 8.300 peças que compõem a Coleção Gilberto Chateaubriand estão sob a guarda do MAM Rio, consolidando uma parceria fundamental para a preservação e difusão da arte brasileira.
Com curadoria de Pablo Lafuente e Raquel Barreto, a exposição marca também a reabertura do Bloco Expositivo do museu, após um breve hiato para sediar a Cúpula do Brics em julho. O público será convidado a uma imersão nas camadas de significado, afeto e história que atravessam a coleção, ao longo de mais de cinco décadas cuidadosamente constituída por Gilberto Francisco Renato Allard Chateaubriand Bandeira de Mello (1925–2022), diplomata e presença marcante nas artes visuais do país.
Segundo o próprio Gilberto, o colecionismo surgiu por acaso, em 1953, durante uma viagem a Salvador, quando foi apresentado ao pintor José Pancetti (1902–1958) pelo colecionador Odorico Tavares. Ao visitar o ateliê, adquiriu não só a tela Paisagem de Itapuã, mas a paixão por colecionar.
“Mais do que uma reunião de obras, a Coleção Gilberto Chateaubriand é o testemunho de um olhar comprometido com a arte e com os artistas brasileiros. É um patrimônio vivo, em constante diálogo com o tempo, cuja preservação e difusão cabem ao MAM Rio, por meio de suas exposições e ações educativas. Ao longo das últimas décadas, o museu realizou mais de 50 exposições dedicadas à coleção, reafirmando sua importância como referência para o pensamento e a história da arte no Brasil”, afirma Yole Mendonça, diretora-executiva da instituição.
De acordo com Pablo Lafuente, diretor artístico do museu, “a coleção de Gilberto consegue oferecer um panorama complexo da história da arte brasileira do século 20, atenta aos movimentos e artistas que a compuseram, tornando-se uma das mais importantes do país ao mesmo tempo que revela as relações fascinantes que Gilberto tinha com obras e com artistas”.
“Gilberto Chateaubriand se dedicou com intensidade à formação de uma das coleções particulares mais significativas que temos no Brasil. A coleção é única em sua habilidade de unir tradição e experimentação, incluindo desde os modernistas icônicos a jovens artistas de diversas regiões do país e suas propostas experimentais”, observa Raquel Barreto, curadora-chefe do MAM Rio.
Um olhar sensorial para a arte brasileira
Entre pinturas, fotografias, objetos e esculturas, a mostra reúne obras fundamentais do modernismo e das vanguardas experimentais até artistas contemporâneos das mais diversas vertentes e regiões do Brasil. A seleção reflete o espírito colecionador de Gilberto: atento, curioso, sensível, passional. “Eu sou um sensorial. Um dionisíaco, digamos. A obra de arte é tão impressionante que motiva uma excitação mental e corporal também”, afirmou ele em conversa gravada com Carlos Alberto Chateaubriand e o curador Luiz Camillo Osorio, em 2014. Esse olhar emocionado e pessoal permeia a exposição, que propõe uma cartografia afetiva e histórica da arte brasileira.
A curadoria estruturou cinco núcleos que orientam o percurso de visitação: “Origens” remonta à primeira grande mostra da Coleção GC no MAM Rio, realizada em 1981; “Fronteiras” acompanha o interesse do colecionador por artistas trabalhando em contextos além do eixo Rio-São Paulo; “Retratos”, gênero de especial interesse para Gilberto, reúne autorretratos, retratos de artistas e do próprio colecionador; “Artistas” aproxima o público do processo criativo, com estudos, projetos e esboços de nomes representativos da coleção; um quinto núcleo apresenta um grande conjunto de trabalhos na parede do Salão Monumental, incluindo algumas das obras mais emblemáticas do acervo, reflete a pluralidade da arte brasileira.
Um século de arte no Brasil
Com obras de Adriana Varejão, Alair Gomes, Anita Malfatti, Anna Bella Geiger, Antonio Bandeira, Artur Barrio, Beatriz Milhazes, Candido Portinari, Carlos Vergara, Cícero Dias, Cildo Meireles, Djanira, Edival Ramosa, Gervane de Paula, Glauco Rodrigues, Iberê Camargo, Ione Saldanha, Ivan Serpa, José Pancetti, Lasar Segall, Luiz Zerbini, Lygia Clark, Maria Martins, Rubens Gerchman, Tarsila do Amaral, Tomie Ohtake e Vicente do Rego Monteiro, entre muitos outros, a exposição cobre cerca de 100 anos de arte no Brasil e permite ao visitante percorrer, de forma não linear, uma ampla e plural história da cultura visual do país.
A mostra também evidencia a relação direta entre colecionador e artistas — uma das características da atuação de Gilberto. Ele sempre visitou ateliês e acompanhou os processos de criação, estabelecendo diálogos duradouros com artistas de diferentes gerações.
Com Gilberto Chateaubriand: uma coleção sensorial, o MAM Rio homenageia não apenas o centenário de nascimento de um de seus principais patronos, mas a importância do colecionismo comprometido com o desenvolvimento da arte no Brasil — um legado que continua a inspirar novas gerações.
A exposição Gilberto Chateaubriand: uma coleção sensorial é organizada em colaboração com o Instituto Cultural Gilberto Chateaubriand e tem patrocínio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, da Petrobras, da Light, do Instituto Cultural Vale e da Vivo através da Lei Federal de Incentivo à Cultura e da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro.
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