Duas mostras ocupam o espaço integral da Janaina Torres Galeria e suas aberturas aconteceram simultaneamente com o espaço Gruta, localizado ao lado. Iniciam o cronograma de exposições de 2023 as individuais Sopro, de Gabriel Pitan Garcia, e Clarão, de Pablo Ferretti, que apresentam produções inéditas. A ocupação integral da galeria, com duas mostras concomitantes, abre uma nova experiência de formato expositivo dentro do espaço. Junto à abertura na Janaina Torres Galeria, a vizinha Gruta inaugura Precipício, de Julio Lapagesse — que tem texto de Diego Alves Amancio —, em uma proposta de sincronização entre os espaços, ativando o entorno e o circuito Barra Funda. Primeira exposição individual de Gabriel Pitan Garcia (São Paulo, 1994), Sopro traz um conjunto de desenhos em grandes dimensões, realizados com materiais diversos, como seda, alumínio e papelão, e marcados por uma paleta monocromática que enfatiza o cinza. Quem assina o texto da mostra é Thiago Honório, que aponta para a gestualidade desses desenhos: “Certa tormenta, um torvelinho na cabeça e na alma, lateja nos traços evidenciados pelos mais variados estados de ânimo, dilatados pelas superfícies com texturas diversas: traços duros, interrompidos, estilhaçados, feitos com grafite, mais deslizantes e caligráficos quando realizados com nanquim, mais borrados e fugidios executados com carvão, ou mesmo mais contínuos e uniformes se produzidos com caneta permanente. Ainda acerca desse torvelinho, não é fortuita a presença cinética da espiral, do tornado, do redemoinho — uma dada voragem —, que é recorrente neles”. Clarão, a primeira individual de Pablo Ferretti (Porto Alegre, 1974) na galeria, é composta por pinturas realizadas durante o último ano e conta com texto de Mariana Leme. Na produção do artista — que se situa entre o onírico e o real, o visível e o recôndito —, a cor é um elemento central. Em suas telas, nada é evidente e tudo é difuso, ora algo se desenha diante de nossos olhos, ora se desvanece. “Ferretti ‘dissolve’ as expectativas de quem vê a pintura e procura ali algum sentido literal. O artista parece jogar com a tendência do observador em ‘ler’ ou decifrar imagens, como se as formas — matéria — fossem submetidas ao tema — ideal, teórico”, escreve Leme.
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