Carlos Zilio, “O julgamento de Paris”, 2007-2019. Crédito: Jaime Acioli
A Pinakotheke Cultural, no Rio de Janeiro, convida para o lançamento do livro “Frederico Morais – Arte e Crítica” (Edições Pinakotheke, 2025), em dois volumes, com 456 páginas e formato de 19 x 26 cm cada, com 500 textos do crítico nascido em 1936, em Belo Horizonte, e que aos trinta anos migrou para o Rio de Janeiro. O livro é resultado da pesquisa de dez anos feita por Stefania Paiva e Rodrigo Andrade sobre as críticas de Frederico Morais publicadas no jornal “O Globo”. O primeiro volume abrange os textos feitos nos anos 1970, e o segundo os dos anos 1980. A apresentação é do jornalista Nelson Gobbi.
“Estes volumes registram um período decisivo de sua escrita, quando sua visão transgressora e não dogmática desafiou convenções e ampliou os limites do que se entende por arte no país”, afirma Camila Perlingeiro, diretora editorial da Pinakotheke.
Junto com a publicação do livro, a Pinakotheke faz a exposição “Frederico Morais – Arte e Crítica”, com 25 obras de 22 artistas próximos ao crítico, em seleção de Stefania Paiva e Diego Matos. As obras reunidas são dos artistas: Abraham Palatnik (1928-2020), Alberto da Veiga Guignard (1896-1962), Anna Maria Maiolino (1942), Antonio Bandeira (1922-1967), Antonio Manuel (1922-1967), Beatriz Milhazes (1960), Carlos Vergara (1941), Carlos Zilio (1944), Cildo Meireles (1948), Cláudio Tozzi (1945), Farnese de Andrade (1926-1996), Hélio Oiticica (1937-1980), Ione Saldanha (1919-2001), Luiz Alphonsus (1948), Lygia Pape (1927-2004), Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992), Maria Leontina (1917-1984), Raymundo Colares (1944-1986), Rubem Valentim (1922-1991), Rubens Gerchman (1942-2008), Wanda Pimentel (1943-2019) e Wilma Martins (1934-2022).
O livro e a exposição integram a programação dos cem anos do jornal “O Globo”, e iniciam as comemorações dos 90 anos do autor, referência incontornável da arte contemporânea brasileira.
No texto sobre a exposição, Stefania Paiva e Diego Matos destacam que Frederico Morais “é um dos principais nomes da arte contemporânea brasileira”. “Sua trajetória de vida, que se confunde com a própria história recente da arte no país, atravessa sete décadas de dedicação intensa à cultura, à crítica e à curadoria, sempre em correção ética e política. Em 2026, ao completar 90 anos de idade e 70 anos desde seu primeiro texto crítico, em 1956, sua presença no cenário artístico permanece fundamental para compreender como a arte brasileira se construiu, resistiu e se reinventou diante de contextos sociais e políticos adversos”.
“Ao longo de sua trajetória, Frederico Morais não apenas viveu momentos decisivos da arte brasileira, mas também se tornou um de seus principais cronistas. Sua vasta produção textual – que inclui críticas de jornal, ensaios teóricos, catálogos e livros – constitui um arquivo inestimável para pesquisadores, curadores, professores, gestores e artistas. Mais do que registrar eventos, ele documenta atmosferas, debates e tensões que atravessaram diferentes períodos de nossa história social e cultural”, afirmam os curadores.
A exposição apresenta também uma série de textos fac-similares com aproximação crítica, destacando três caminhos histórico-poéticos relevantes que atravessaram a trajetória de Morais: experiência e radicalidade (a arte dos jovens artistas dos anos 1960/1970); amplitudes modernas (a diversidade do modernismo no Brasil) e identidades de um Brasil plural (muito além do moderno, um país único).
“Funcionando como prelúdio de um universo ainda maior, uma espécie de biblioteca de babel borgiana da arte brasileira, essa mostra permitirá visualizar algumas conexões selecionadas entre crítica e criação, entre curadoria e participação, entre história e presente”, assinalam Stefania Paiva e Diego Matos.
A primeira sala é toda em preto e branco, “porque simboliza o começo, antes da cor, antes de tudo”, explica a curadora. As outras salas são uma reunião de obras que conversam profundamente entre si e ao mesmo tempo formam uma cacofonia delicada e potente de tudo o que simboliza o início e o ciclo da vida.
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