“Fantasmagoria” na Casa Zalszupin

Issy Wood, D3553RT, 2025. Foto: Divulgação Carlos/Ishikawa

A partir de 23 de agosto, sábado, a Casa Zalszupin recebe a exposição Fantasmagoria, com curadoria de Vanessa Carlos, fundadora da galeria londrina Carlos/Ishikawa. A mostra, realizada em colaboração com a ETEL e a Almeida & Dale, reúne trabalhos de artistas com reconhecimento internacional, como Korakrit Arunanondchai, Steve Bishop, Josiane M.H. Pozi, Marlene Almeida, Issy Wood e Jorge Zalszupin.

O espaço, ícone da arquitetura modernista brasileira e residência de Jorge Zalszupin por quase seis décadas até seu falecimento em 2020, abriga a exposição. A mostra transforma o espaço em palco e personagem, animado pela memória e
assombrado pela ausência.

Por meio da pintura, da escultura e do vídeo, os artistas exploram temas de luto, entropia e a persistência da memória. Suas obras ecoam pelo espaço doméstico, ocupando cômodos uma vez habitados e agora ressignificados, onde a própria arquitetura se torna espectral.

“Aqui, o tempo se forma em diversas camadas, memória e materialidade se entrelaçam, ausência e luto ganham forma, e cada obra evoca a sensação de que algo, ou alguém, permanece logo além do alcance. A mostra é uma meditação sobre o que resta: os fragmentos que preservamos, as estruturas que erguemos e terra que, pacientemente, reivindica tudo de volta para si”, define a curadora Vanessa Carlos.

A Casa Zalszupin é um centro de documentação e um espaço expositivo dedicado ao diálogo entre arquitetura, design e arte. Todas as exposições realizadas ali partem desse entrelaçamento disciplinar. Nesta ocasião, em consonância com o recorte curatorial, a ETEL apresenta peças vintage projetadas pelo próprio Jorge Zalszupin, que em outro tempo pertenceram a esta casa — como as poltronas Ipanema e Dinamarquesa. A presença dessas peças ressalta o papel da memória e da permanência dos objetos nos espaços, evocando tensões entre o cheio e o vazio.

Desde 2021, a residência abre as portas para a criação de um espaço cultural a fim de fomentar a cultura com exposições, palestras, aulas e pesquisas, tal como a proteção do acervo e patrimônio do designer.